Quinta de San Joanne Escolha 2014
Casa de Cello, Amarante, Vinhos Verdes
Preço: 11,80€
Lote de Alvarinho Avesso, Arinto e Trajadura. Um branco de grande pureza e precisão. Era destes vinhos “seivosos” que Eça de Queirós falava, com apreço, no seu “A cidade e as serras”. Vinhos cheios de viço e frescura, ideais para cortar os excessos de açúcar e gordura do Natal. Ressuma a citrinos, fruta branca, flores, envolvendo bem a boca com sensações ácidas, especiadas e ligeiramente amargas (gengibre, maçã reineta, toranja). Uma delícia. P.G.
Quinta dos Carvalhais Reserva Tinto 2011
Sogrape, Mangualde, Dão
Preço: 27,50€
Um grande tinto do Dão a um preço nada proibitivo. No primeiro contacto, parece até um pouco austero, mas quando o provámos ficamos rendidos. É um daqueles vinhos que lembram atletas enxutos mas de grande pegada. Possui o melhor do Dão: frescura balsâmica, elegância, finesse e sapidez. Tudo sem ser ligeiro. E tem a vantagem de ser muito plástico, podendo acompanhar bem tanto o bacalhau como o perú ou o polvo. P.G.
Quinta dos Murças Margem Tinto 2015
Quinta dos Murças, Covelinhas, Douro
Preço: 30€
Uma estreia recente da Quinta dos Murças, o braço duriense da Herdade do Esporão. Um tinto de gama alta que é lançado muito jovem no mercado, procurando emular a tendência dos Porto Vintage, que saem cada vez mais afinados e elegantes, para poderem ser consumidos mais cedo. O vinho é de 2015, mas não tem ponta de rusticidade. Sendo um Douro com boa robustez, está muito elegante e apelativo, com fruta muito sumarenta e um bom compromisso entre a acidez e o álcool. Como só passou por barricas usadas, não está marcado pela barrica. Digestivo e guloso, pode fazer um brilharete junto dos familiares menos conhecedores de vinho. P.G.
Cortes de Cima Reserva Tinto 2011
Cortes de Cima, Vidigueira, Alentejo
Preço: 65€
O ano de 2011 foi muito bom um pouco por todo o país. No Alentejo, foi mesmo memorável. O mais recente Cortes de Cima Reserva, que acaba de sair, é provavelmente um dos melhores de sempre deste produtor. Em prova cega com outros quatro tintos de valia semelhante enganou-nos bem, ao ponto de lhe termos vislumbrado um certo perfil Bairrada, tal é o seu vigor tânico e frescura. É um vinho que alia uma acidez e uma frescura vegetal pouco comuns para o Alentejo a uma componente frutada muito apelativa e saborosa e a uma grande solidez tânica, o que se explica pela junção no lote de castas tão antagónicas como o Aragonez, o Petit Verdot, a Touriga Nacional e a Syrah. Está muito bem feito e é difícil ficar-lhe indiferente. Não é barato, mas, como tem acontecido com as colheitas anteriores, as 9900 garrafas que foram produzidos deverão esgotar rapidamente, tal é o culto existente em torno deste vinho. P.G.
Quinta de Arcossó Branco Reserva 2015
Quinta de Arcossó, Vidago, Trás-os-Montes
Preço: 11€
Os vinhos da Quinta de Arcossó, junto a Vidago, são um dos segredos melhor (ou pior) guardados do país vinhateiro. Não têm grande notoriedade junto do grande público, mas são esplêndidos. Originários de solos graníticos com alguma argila à mistura, são vinhos fresquíssimos e harmoniosos. Os tintos têm um pouco de Douro (no volume e estrutura de taninos) e de Dão (na frescura e elegância). Os brancos remetem mais para a Bairrada e os Vinhos Verdes, tal é o seu frescor. Mas isto só nas semelhanças, porque os vinhos de Arcossó são verdadeiramente vinhos de “terroir”, feitos sem maquilhagens e unicamente tributários da cultura e da natureza locais. O Reserva Branco 2015, por exemplo, é um vinho de grande pureza e frescura. Feito de Arinto, Alvarinho, Cerceal e um pouco de vinha velha, é muito fino e exaltante no aroma e explosivo e vigoroso na boca. A sua juventude e a sua extraordinária acidez podem ser um bálsamo na mesa de Natal. P.G.