Fugas - restaurantes e bares

Fernando Veludo/NFactos

É uma casa portuense, com certeza

Por Andreia Marques Pereira ,

Há o "Chico Fininho", a "Rosa do Bolhão", a "Ana Lee" e não nos podemos esquecer de "Snoop, o Cachorro", todos prontos a comer na Casa da Baixa. Não os provamos - nem ao vinho, nem às tapas -, mas fomos espreitar o novo bar que é uma janela para a rua a querer ser parte dela.
É uma casa portuense, com certeza

Entramos na Casa da Baixa e o que primeiro salta à vista é o tamanho - pequeno, para não dizer minúsculo, é este novo café-bar na Baixa portuense. Ainda olhamos para o fundo para ver se nos escapa algo. Mas não. Aqui, o que vemos é mesmo o que temos. Mesmo se à primeira não compreendemos o que vemos. "Chico Fininho", "Rosa do Bolhão", "Ana Americana", "Toneca", lê-se no quadro de ardósia pendurado num canto da janela que é também montra e balcão. As especialidades da casa - e mesmo não sabendo que estávamos ali, entre a Rua das Galeria de Paris e a Rua Cândido dos Reis, saberíamos que só poderíamos estar nesta cidade.

O menu tem "sabor a Porto", brinca Luís Miguel Soares, o designer proprietário desta casa na Baixa. Um pouco de "criatividade para dar boa disposição" às sanduíches: pega-se em letras de autores portuenses (o Chico é óbvio, a "Ana Americana" é a "Ana Lee" dos GNR, que "não sendo americana se celebrizou em Hollywood"), em símbolos mais ou menos informais da cidade (o Bolhão e "o atum Toneca" de antigamente) e ainda se brinca um pouco com a fala popular - temos o "Snoop", uma corruptela do Snoopy, nome de cão muito popular há alguns anos por estas bandas (para não se perder nada na "tradução", "Snoop, o Cachorro" é o nome oficial).

Mas avançámos de mais. Voltemos um pouco atrás e tornemos a entrar nesta casa - "Desde sempre nos referíamos a ela como "a casa da Baixa". Acabou por pegar", conta Luís Miguel Soares. "Gosto da ideia de casa, uma casa só. Embora acabe por estar dividida, o conceito é agregá-la, pode evoluir de diferentes formas" - que abriu em Janeiro. E onde "tudo pode acontecer" - é uma das primeiras coisas que nos diz Luís Miguel Soares; é uma coisa que irá repetir várias vezes. E tudo pode acontecer porque tem sido assim desde o início. E o início foi em 2004, quando o edifício foi comprado para instalar a empresa de design de Luís Miguel Soares (LMS Design). A mudança aconteceu em 2006 - no primeiro andar ficou o gabinete, no segundo andar fizeram-se dois apartamentos para arrendar (neste momento, para arrendamento de curta duração) e no rés-do-chão permaneceu um inquilino "herdado". O contrato terminou no ano passado e não foi renovado. Era um café, permaneceu café com ambições de bar.

Não foi planeado por antecipação, este bar. A ideia começou a instalar-se nos últimos anos, à medida que o movimento da vizinhança se tornou turbilhão. Surgiu a "vontade de aderir e abrir a casa à rua" e este é o primeiro passo - nem totalmente café, tão-pouco inteiramente bar: aberto de manhã ao final da tarde, ao fim-de-semana estica o horário. Deita-se (ainda) cedo na maior parte da semana, mas tenta acompanhar o ritmo do dia (com menu a condizer: de pequeno-almoço, a almoço ligeiro, lanches e tapas). Poder-se-ia dizer que literalmente, pelo menos no que à música diz respeito: o DJ aqui é o Ipod e tem listas organizadas para os diversos momentos do dia - é final da tarde e a Casa da Baixa está quase a fechar, ouvimos Tok Tok Tok e a seguir Tom Waits. Sem fundamentalismos, espere-se escutar jazz, r"n"b, electrónica, algum lounge - e incursões no pop e no rock.

Nome
Casa da Baixa
Local
Porto, Porto, Rua de Santa Teresa, 4
Telefone
228328504
Horarios
Segunda a Quinta das 08:30 às 19:00
Sexta das 08:30 às 03:00
Sábado das 09:30 às 03:00
Website
http://casadabaixa.com
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