"Quisemos ter um espaço complementar, que fosse um sítio onde se pudesse conversar, um espaço de tertúlia e de um convívio mais sossegado", resume à Fugas Gonçalo Riscado, director da Cultural Trend Lisbon (CTL), que gere o MusicBox e outros projectos culturais e que tem ainda como sócios Alex Cortez, João Torres e João Riscado. É o novo Povo (no edifício de uma Pensão Amor também em estreia e vizinho do Bar da Velha Senhora, inaugurado na semana pasada).
"Procurámos recuperar a tradição das tascas portuguesas, da conversa e do petisco, adaptando-a aos dias de hoje", acrescenta Cortez, director e produtor artístico da CTL. E de onde vem este baptismo de Povo? "Pensámos em ''Povo que lavas no rio' mas era demasiado comprido. Até que alguém sugeriu só Povo e achámos que é um nome que veste muito bem o espaço", conta.
Neste espaço, que se quer" democrático", há lugar para quem chega ao final da tarde com o discurso na ponta da língua, mas também para os que chegam mais tarde no encalço de uma jantarada. Antes de se entrar ainda se lê "ARIZONA" - o nome do antigo bar - em versão calçada portuguesa, no mesmo chão que recebe a esplanada. A fachada rectilínea é fruto de uma pesquisa por arquivos de outrora.
A disposição do bar e o mobiliário também não escaparam ao trabalho de casa. "Não fazia sentido intervir aqui sem pesquisar primeiro", diz Riscado. A intervenção foi total e tem a assinatura do arquitecto João Órfão. No interior, uma área útil de 80 metros quadrados, o ambiente clean e sóbrio envolve o mobiliário mais tradicional, mas sem "peças tiradas do baú".
Bons sabores, bons sons
O Povo também quer agarrar quem lá for pelo estômago e, para isso, lança mão de iguarias decalcadas da tradição portuguesa. "A nossa ideia foi manter os petiscos tipicamente portugueses e não inventá-los", refere Cortez. Moelas, ovos verdes, salada de polvo e pataniscas são, entre outras sugestões, propostas de sabores familiares (e avivar a memória gastronómica custará entre 3,90€ e 8,90€). Para beber há tudo o que se poderia encontrar numa tasca, a começar pelo vinho da casa (a copo a 1,5€, tal como a imperial).
A programação também reúne tradição e inovação. Por exemplo, haverá mensalmente um artista residente, um talento desconhecido vindo do mundo do fado. "Aqui, irá não só testar e criar reportório, mas também conhecer outros artistas, outros instrumentistas que podem vir de outras áreas ", completa Riscado. Os espectáculos ocuparão as noites ao domingo e de terça a quinta e culminarão na gravação de um álbum.
Mas nem só de fado vive o Povo. O conceito de world music é igualmente caro aos quatro sócios e pode ir mesmo até ao tango e flamenco - "músicas do mundo numa vertente mais urbana", explica Cortez. Às sextas e sábados, os DJ encarregam-se de uma selecção musical sob o mesmo mote.
Ao longo da semana, haverá sempre espaço para trocar dois dedos de conversa, incluindo com tertúlias programadas.
- Nome
- Povo
- Local
- Lisboa, São Paulo, Rua Nova do Carvalho, nº 32-36
- Telefone
- 213473403
- Horarios
- Terça a Sábado das 18:00 às 04:00
- Website
- http://www.povolisboa.com