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Macau, uma nova Las Vegas à conquista da Ásia

"Macau é um lugar de diversidade. Ao mesmo tempo que temos um centro histórico, onde, na mesma rua, vemos templos e igrejas centenárias e museus com recheios de grande qualidade histórica, a pouca distância temos infraestruturas modernas, que não existem em muita capitais da Europa".

É este trunfo da diversidade que as autoridades de Macau estão a jogar no mapa do turismo mundial. Macau como destino para o turismo do jogo não precisa já de nenhuma apresentação especial ela surge acoplada ao imaginário Las Vegas presente em cada um dos novos investimentos que vão sendo sucessivamente anunciados.

Associar a isto as marcas patrimoniais portuguesas é, então, o principal desafio do Turismo. E a chancela da Unesco é o suporte principal desta estratégia. Não só pelo prestígio da classificação em si, mas pelo que ela pressupõe de salvaguarda dos monumentos, testemunhos e território contemplados.

A menos de dois anos da celebração do 10º aniversário da transferência da administração do território para a China, João Manuel Antunes diz que esta é uma boa altura para recolocar o nome de Macau na agenda portuguesa. "É uma ofensiva mediática. Aproveitamos estes circunstancialismos para fazermos falar de Macau, num país em que se deixou de falar de Macau há muito tempo", justifica o responsável pelo Turismo.

 
Roteiro essencial

Património da Humanidade

Para o imaginário português, Macau será ainda a terra do Jardim de Camões, das ruínas de S. Paulo e do Largo do Senado. São estes os três vértices para um passeio pelo centro histórico do território, o principal núcleo da área classificada como Património do Humanidade, a que se poderão associar outros pontos de interesse patrimonial, nomeadamente as igrejas de Santo António, São Domingos, Santo Agostinho e São Lourenço, num curioso e pacífico diálogo com templos da religião local, como os de A-Ma ou Ncha. A passagem de Camões por Macau é, como se sabe, uma tese polémica.

Nos escaparates da Livraria Portuguesa, junto ao Largo do Senado, ao lado dos últimos livros de Miguel Sousa Tavares e José Rodrigues dos Santos, há um novo livro de Eduardo Ribeiro que assegura: "Camões em Macau Uma Certeza Histórica".

Deixando de parte os termos da polémica, a realidade é que o nome, o busto e a poesia de Camões são a principal atracção para os visitantes do belo jardim com o nome do poeta, mas que os macaenses utilizam mais à sua maneira: jogam as cartas e os dados e, principalmente, utilizam-no para fazerem ginástica e desenharem as belas figuras do "Tai Chi" (arte marcial chinesa). "Aqui temos falta de espaços verdes, e as pessoas aproveitam os jardins para se resguardarem da poluição", explica Alorino Noruega, responsável pelas relações públicas do Turismo de Macau, que ciceroneou a visita dos jornalistas portuguesas na visita.

O mesmo acontece noutro interessante jardim, o Lou Lim Leoc, com o seu emaranhado de passeios, lagos, grutas, rochedos, pagodes e aflorações de bambu e de flor de lótus, por entre os quais, para além da ginástica (uma actividade omnipresente), pequenos grupos de velhos músicos interpretam ópera tradicional chinesa.

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