Aceleramos, isso sim, para a galeria. Não somos propriamente fãs de carros, mas uma concentração de Ferraris deste calibre impressiona qualquer um. O primeiro encontro é com o primeiro Ferrari: o 125 S, de 1947. Tem 12 cavalos, volante à direita e todo o charme dos carros de outros tempos. Nesta que é a primeira sala expositiva (Competition Hall) há também fotos dos vários pilotos que, ao longo dos tempos, guiaram a Ferrari no caminho das vitórias no mundo da Fórmula 1 - desde Teodoro "Dorino" Serafini (italiano) a Niki Lauda (austríaco) ou o alemão Michael Schumacher, que representou o Cavallino Rampante entre 1996 e 2006. Em exposição nesta ala estão também os oito motores que conseguiram as vitórias nos mundiais de Fórmula 1 na última década. E capacetes, e pneus, e luvas e a restante parafernália dos carros de corrida.
E agora eis-nos no hall das vitórias - que é uma espécie de apoteose para os visitantes. Não há quem passe por aqui e não sinta a tentação de ser fotografado frente a estas máquinas de fibra de carbono. Nos ecrãs gigantes vão passando as glórias da Ferrari no mundo na F1. O filme termina com uma provocação: "We don"t sell cars, we sell a dream" ("Nós não vendemos carros, vendemos um sonho").
Pela parte que nos toca, sonhamos que um dia poderemos comprar um destes Enzo Ferrari 2002, que vai dos 0 aos 100 km em 3,5 segundos. Deste modelo, dedicado ao fundador da marca, foram construídas 399 unidades mais uma: para vender a favor das vítimas do tsunami do sudeste asiático. Tentámos saber quanto rendeu, mas sem sucesso.
Galleria Ferrari | Via Dino Ferrari, 43 - 41053 Maranello | Tel.: +39 0536 949713; fax: +39 0536 949714 | www.galleria.ferrari.com
Preços: 13€ para adultos; 9€ para crianças
De Bolonha, quem não tiver carro pode chegar a Maranello via Modena, de comboio (30 minutos de viagem). Depois é só procurar a paragem de autocarros que fica a uns 800 metros e entrar no número 800, direcção Pavullo. Há uma paragem específica para a Ferrari, bastará perguntar ao motorista.
Da Ducati também a reza a história, não é verdade? São famosas as suas motas, produzidas nesta fábrica onde acabámos de entrar. É manhã, ainda cedo, e aqui estamos nós a deitar o olho à forma como se fabricam os potentes motores destas "duas rodas".
Livio Lodi é o guia que nos acompanha e já faz parte da mobília da Ducati.Trabalha aqui desde 1987 e fala da empresa com uma paixão que se nota a léguas. E já tem os números na ponta da língua: "Produzimos 350 mil motos por ano, contra os 12 milhões da Honda. Mas, atenção, as nossas têm imensa qualidade", assegura. Desta unidade fabril saem entre 160 a 350 motos por dia e, explica ainda Livio, "a produção é sazonal". "Vendemos muito mais entre Janeiro e Setembro, por causa do tempo, e exportamos 75 por cento do que produzimos."
A esta altura do campeonato já sabemos que são precisos perto de 70 minutos para completar um motor e daqui a nada saberemos que as Ducati podem custar de 6900 a 35.000€. "Acessíveis a qualquer pessoa", sublinha Livio (os óculos e a barbicha dão-lhe um certo ar de Salman Rushdie...), enquanto nos encaminha para o museu. É um espaço que conquista mesmo aqueles que não percebem nada de motas. Abriu em 1998 e tem 44 "duas rodas" em exposição, dos mais variados modelos - desde o Il Cucciolo, de 1948, os primórdios da Ducati nos motociclos (a empresa foi fundada pelos irmãos Ducati em 1926, mas dedicava-se ainda apenas a produtos eléctricos) aos mais potentes usados em competição.