Fugas - viagens

  • Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • Na Mesquita Azul
    Na Mesquita Azul Vítor Costa/Fotoadrenalina
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    Mesquita Azul Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • A Cisterna de Istambul
    A Cisterna de Istambul Vítor Costa/Fotoadrenalina
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    Na Hagia Sophia Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • A dança hipnótica dos Dervish
    A dança hipnótica dos Dervish Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • No Grande Bazar
    No Grande Bazar Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • Pela janela, Hagia Sophia
    Pela janela, Hagia Sophia Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • Topkapi
    Topkapi Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • Estação do Expresso Oriente
    Estação do Expresso Oriente Vítor Costa/Fotoadrenalina
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    Estação do Expresso Oriente Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • Pescadores na Ponte de Gálata
    Pescadores na Ponte de Gálata Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • Torre de Gálata
    Torre de Gálata Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • O fotógrafo Ara Güler
    O fotógrafo Ara Güler Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • Um chá de maçã
    Um chá de maçã Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • Vítor Costa/Fotoadrenalina
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Istambul, um rali fotográfico

Essa fora a opção que Manuela tomara havia um ano quando participara na exposição Istambul-Lisboa, roteiros de melancolia: "As duas cores e os cinzentos que as medeiam são as que melhor condizem com o sentimento de tristeza, de nostalgia que se pressente nas duas cidades."

Acumulam-se pontos de contacto: rio, pontes, colinas, mundos que se cruzam. Mas Istambul é incomparavelmente maior do que Lisboa (tem 12 milhões de habitantes) e, por certo, mais vibrante.


O imperdível e o imperdível

A experiência fotográfica não enjeitou os ícones, como a Mesquita Azul, Hagia Sophia, o Palácio Topkapi, o Palácio Subterrâneo ou os dervixes. "Isso seria uma atitude pedante", comentava a anfitriã. "É procurar dar-lhes um sentido para além da visita guiada. As visitas não são guiadas... são dirigidas a fotógrafos. Aquilo que é valorizado é a vivência do espaço enquanto espaço que pode ser fotografado."

A professora de Psicologia, autora de diversos livros, viajante incansável, amante de fotografia, quis, todavia, sair do circuito turístico tradicional. Quis levar o grupo a lugares que pensa "que devem fazer parte da primeira viagem a Istambul", como o café Pierre Loti, o café Ara Güler, o café Kafka, alguns aspectos da Avenida Istiklâl. "Há imensos cafés na cidade que são apropriação de antigas residências, que mobilizam pessoas, que estão ali, que conversam, que lêem."

Anda a carregar uma impressão de viagem para viagem a Istambul. E esta é já a quinta vez que lá vai. A rua parece-lhe ser mais do que um lugar de passagem, um não-lugar, o que leva de um sítio para outro. "Gosto de ver as pessoas na rua ou sentadas num banco sem aquele frenesim, aquela tensão que se sente noutras cidades europeias como Lisboa ou Porto. Apesar de o clima ser de mais extremos do que o nosso, sinto que há o prazer de estar na rua - sozinho ou acompanhado."

Parámos a tomar chá em vários sítios. Nenhum lugar como a esplanada do Café Pierre Loti, no cimo de uma colina, a meia dúzia de quilómetros da Ponte de Gálata.

Pierre Loti é o pseudónimo de escritor francês Julien Viaud, oficial da marinha que se apaixonou perdidamente por Aziyade, uma mulher casada, com quem terá mantido um romance clandestino. Reza a lenda que se encontrava com ela, de noite, de barco, a meio do Bósforo.

Subimos de teleférico até ao café, reconstituição do ambiente do século XIX, belíssima vista do Corno Dourado. Ali em cima, a bebericar um chá de maçã, com o sol de Inverno a bater no rosto, só me ocorria um poema de Fernando Pessoa que alguém citara dias antes: "A vida é o que fazemos dela./As viagens são os viajantes./O que vemos/ não é o... que vemos,/ senão o que somos."


Da religião

Do Pierre Loti descemos a pé, pelo meio do cemitério que se estende, em socalcos, pela colina. Campas simples, apenas o mármore das lápides. Até entre elas e as árvores, que as famílias ali foram plantado, se viam gatos. Em nenhuma outra cidade se viram gatos tão amistosos com desconhecidos. As comunidades parecem tê-los adoptado. Ressaltam pelas ruas as tigelas com a comida e com a água.

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