Fugas - viagens

  • Vítor Costa/Fotoadrenalina
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    Na Mesquita Azul Vítor Costa/Fotoadrenalina
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    A Cisterna de Istambul Vítor Costa/Fotoadrenalina
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    Na Hagia Sophia Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • A dança hipnótica dos Dervish
    A dança hipnótica dos Dervish Vítor Costa/Fotoadrenalina
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    No Grande Bazar Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • Pela janela, Hagia Sophia
    Pela janela, Hagia Sophia Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • Estação do Expresso Oriente
    Estação do Expresso Oriente Vítor Costa/Fotoadrenalina
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  • Pescadores na Ponte de Gálata
    Pescadores na Ponte de Gálata Vítor Costa/Fotoadrenalina
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    O fotógrafo Ara Güler Vítor Costa/Fotoadrenalina
  • Um chá de maçã
    Um chá de maçã Vítor Costa/Fotoadrenalina
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Istambul, um rali fotográfico

Mais do que os gatos e a altura variável das lápides, surpreendiam as datas inscritas nalgumas. Assim, de repente, uma pessoa pode ter nascido no século XIII e ter morrido no século XX. Não por milagre. Por Mustafa Kemal Atatürk, que quis fazer da Turquia um estado-nação secular, ter trocado o calendário maometano pelo gregoriano. Embora rezem a Alá, os turcos contam o tempo pelos anos de Cristo.

Vimos em Eyüp como as palavras de Maomé continuam a atrair multidões. Ali, tudo gira em torno da mesquita, que glorifica o porta-estandarte do exército islâmico caído na batalha pela tomada de Constantinopla. Passámos por ela numa hora aziaga: decorria um funeral.  Ficámos a ver a vida passar.

Quase todas as mulheres usavam lenço em Eyüp. Era como se estivéssemos numa cidade (um país?) diferente da (do) que ainda na véspera víramos na Avenida Istiklâl, com alfarrabistas arménios a vender manuscritos corânicos e raparigas de saia curta a espreitar as montras das lojas das grandes marcas presentes em qualquer capital europeia. Ou do que víamos todos os dias nas ruelas de Sultanhamet, com monumentos imponentes, filas de turistas de todo o lado, vendedores de castanhas assadas, sumo de romã ou simit (anel de pão com sementes de sésamo).

Vista assim, de relance, a Turquia é uma fusão de secularismo kemaliano, emergente islamismo controlado pelo Estado, pacotes de legislação oriunda de Bruxelas. Era preciso mais tempo. E, como André Gide, não estávamos ali para comparar culturas, estávamos apenas a tentar ser felizes.

O inesperado aconteceu na Mesquita Beyazit, construída entre 1501 e 1506. Disseram-nos que podíamos entrar, estavam os muezzin a chamar para a oração. Tirámos os sapatos. Entrámos. Ficamos atrás, de joelhos, calados, a assistir à entrada apressada dos homens que largaram os seus trabalhos para vir ali, um bocadinho, rezar.

Primeiro, a ânsia de fotografar com discrição. Depois, algum desconforto por se estar a invadir um momento de tão grande intimidade.


Compras nos bazares

"Alá estima os negociantes". É essa a frase, do sultão Abdulmecid, que se pode ler na principal entrada do Grande Bazar, a uns metros de Mesquita Beyazit. De tudo parece vender-se de forma teatralizada. Tapetes? Sapatos? Roupas? Bijuterias? Jóias em ouro, prata, pedras preciosas? Tecidos? Cerâmicas? Antiguidades? Produtos de couro? Instrumentos musicais? Perfumes? "Leve, leve." O preço pode ir por ali abaixo, se se quiser entrar na peça. "Qual é o seu preço?"

Quem não desejaria perder-se naquele emaranhado de pequenas lojas, que se apresenta como o maior e mais antigo do mundo? São à volta de 60 ruas, mais de 3600 lojas, mais de 20 mil vendedores. Parámos numa esquina, a almoçar, enquanto víamos a vida desenrolar-se à nossa frente, ora veloz, ora lenta, ora muita coisa ao mesmo tempo, quase sempre muita coisa ao mesmo tempo.

Ainda assim, prefiro o Bazar das Especiarias, também conhecido por Bazar Egípcio. Outros interessar-se-ão mais pelas carnes secas, pelos queijos, pelas ervas medicinais, pelas sementes, pelo caviar ou pelas variadíssimas delícias turcas. "Baclavas? Lokums? Baclavas? Lokums?" Eu perdi a cabeça com os chás e com os frutos secos. Há chá de maçã, de romã, de rosa, de laranja, de limão, do amor... 

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