Fugas - viagens

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    Na rua das Galerias de Paris Nelson Garrido
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    Clérigos no horizonte, na varanda do Era Uma Vez no Porto Nelson Garrido
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    Loja Maze Nelson Garrido
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    Pela Foz Nelson Garrido
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    O novo bar maomaria Nelson Garrido
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  • Sol em Sol, restaurante solar e ambulante cuja comida é feita exclusivamente a energia solar
    Sol em Sol, restaurante solar e ambulante cuja comida é feita exclusivamente a energia solar Nelson Garrido
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    Mercearia das Flores Nelson Garrido
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O lado B do Porto

Santa Catarina é a rua mais comercial do Porto e há décadas alberga um dos cafés mais bonitos do mundo - - o Majestic. Porém, há poucas surpresas na rua, composta por cadeias internacionais ou estabelecimento tradicionais que, como é comum na cidade, fecham ao domingo. Porfírios era o nome da sua loja mais alternativa nos anos 1990 - agora é a Ekstra, dos filhos dos ex-proprietários da Porfíirios e com uma oferta que agrada a vários tribos urbanas: dos rockabilly aos góticos e punks, descreve Luísa Araújo. Há uma certa influência das "Harajuku girls" e qualquer uma pode sair daqui como pin up (com um pendor gótico, reconheça-se).

Uns números acima, na esquina com a Rua de 31 de Janeiro - o Teatro Nacional São. João a espreitar, o antigo cinema Batalha a decair e a Igreja de Santo Ildefonso a brilhar em azulejos - a alternativa não é tão radical, mas é eminentemente urbana. A Taken Urban.Culture.Store é o paradigma do Porto cosmopolita: edifício centenário (em restauro exterior e magníficos tectos) e conteúdo contemporâneo. Marcas como a Fred Perry (colecção Amy Winhouse em abundância), Skunk Funk, Carhartt, Insight, entre outras, compõem uma oferta respeitável em roupa, acessórios, sapatilhas (e há um canto de skate).


Porto Spiritualized

Já recebeu o epíteto de "Soho portuense" e agora a Rua de Miguel Bombarda é o centro do chamado "quarteirão das artes", com tentáculos por ruas vizinhas. Pintura, escultura, instalações enchem galerias que se sucedem quase sem descanso, e um inesperado centro comercial. Dizem-no "alternativo" e o certo é que as lojas que se encontram no Centro Comercial Bombarda (CCB) são edição única. Há roupa de jovens designers, artesanato urbano, mobiliário de autor, produtos gourmet (portugueses e não só) e vintage, merchandising pop, jardim com esplanada...

A Ó! Galeria é a "montra" do CCB e a ilustração a sua religião. Tem espaço expositivo, ao fundo, onde encontramos mostra de Rita Wasted, incluindo uma intervenção na parede "Fuck you, world, I'm out" (e quem o diz "é" Amy Winehouse); e espaço de venda. Grande parte do acervo dos 40 artistas da galeria está em capas, outro cobre paredes, "em constante transformação", uma "forma de dinamizar a galeria", declara Ema Ribeiro, a responsável. Uma parte, pequena, vai viajar até ao Primavera Sound, onde vai dividir espaço com a vizinha Águas Furtadas. "Vamos levar mais merchandising", revela Ema, "que os autores estão a produzir agora". T-shirts, sacos, postais, cadernos, zines, pins, portanto, e "provavelmente uma capa com trabalhos mais acessíveis". No CCB, as portas mantêm-se abertas, até porque o próximo sábado é dia de inaugurações simultâneas, que é como quem diz, é dia de festa na Rua de Miguel Bombarda. "É um dia fantástico", considera Ema, "não pelas vendas, mas porque as pessoas voltam".

Galerias, lojas, bares, restaurantes unem-se para proporcionar uma experiência única que vale pelo movimento que gera. Uma oportunidade para uma espécie de operação de relações públicas, como confirma Ricardo Rodrigues, na Coisas d'Homem, acabada de sair do fundo do labiríntico CCB para uma nova loja nas margens do jardim, onde os seus "clássicos com um twist [algo como british chic, atrevemo-nos] ganham nova visibilidade". Ricardo e Carlos Carneiro, o designer, não querem "que os homens tenham uma imagem aborrecida" e o seu contributo passa por uma marca própria de acessórios, a CDH, "em padrões e tecidos pouco usuais" a complementar oferta de etiquetas como Ben Sherman e Dr. Denim. "Quando andávamos à procura de espaço, queríamos algo alternativo, Bombarda foi como uma luz ao fundo do túnel", lembra Ricardo. "Esta zona acabou por ajudar a definir o projecto. Aqui sentimos liberdade de ir um bocadinho mais longe." Porque, justifica, aqui "as pessoas não têm medo de ser elas próprias, correm riscos".

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