Fugas - viagens

Tower Bridge, Londres, 2012

Tower Bridge, Londres, 2012 Miguel Medina/Reuters

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Astérix: E a Bretanha nunca mais foi a mesma

Vestígios da “romana herança” são ainda visíveis em várias partes de Londres. Como por exemplo o grandioso anfiteatro, construído no ano 70, em Guildhall, que hoje ocupa um espaço subterrâneo de que “sobram” apenas ruínas da zona onde os romanos guardavam os leões — que atacariam os escravos na arena do anfiteatro. Parece que os espectáculos eram populares porque se sabe que o anfiteatro sofreu uma renovação no ano 200 para albergar 6 mil pessoas (na época, viviam cerca de 30 mil habitantes em Londinium). Uma vez por mês, o curador do Roman Amphitheatre de Londres faz uma visita guiada ao sítio. Como este pertence à Guildhall Art Gallery, a visita subterrânea está incluída no bilhete.

O Templo de Mitras (mitraísmo era uma forma de religião popular entre os soldados romanos) é um dos mais importantes legados romanos em Londres. Construído no século II, no auge do Império romano do Ocidente, foi descoberto durante uma construção perto de Walbrook, nas traseiras da Catedral de St. Paul. Os artefactos descobertos durante as escavações encontram-se no Museu de Londres.

Com cerca de quatro hectares (o equivalente a quatro campos de futebol), o Forte Romano foi construído em 120 para albergar o exército da cidade mais importante do império romano na Bretanha. Vestígios do Forte podem ainda ser vistos em Noble Street e outras secções podem ser encontradas num parque de estacionamento, subterrâneo, nas imediações.

Apesar da resistência das tribos bretãs, a influência romana em toda a ilha da Bretanha foi enorme. Não admira, portanto, que se tenha escolhido a peça Julius Caesar para a inauguração do Globe Theatre, o famoso teatro de William Shakespeare, na margem sul do Tamisa, em 1599. Da plateia do Globe vislumbrava-se, do outro lado do rio, a “torre de César”, como Ricardo II (ou Shakespeare) se referia à Torre de Londres.

Para fazer a viagem de reconhecimento do legado romano deve visitar-se o Museu Britânico e o Museu de Londres. Ambos têm colecções impressionantes da presença romana nas ilhas britânicas, e, sobretudo o Museu de Londres (um museu bastante interactivo, com vídeos das escavações, mas também simulações digitais sobre a vida no tempo dos romanos), tem no seu jardim uma ruína do século XIII construída sobre restos da muralha deixada pelos romanos mil anos antes.

Se tiver tempo para viajar para lá de Londres, verá que a influência romana na Grã-Bretanha pode ser comprovada em inúmeros sítios, como a imponente muralha do imperador Adriano, fortificação de que ainda se mantêm grandes secções e que divide a Inglaterra da Escócia, hoje Património da Humanidade pela UNESCO. A sua construção começou em 122, no século II, e foi concluída quatro anos depois. Era a mais extensa fortificação deste género de todo o império: 118 quilómetros em madeira, pedra e turfa com mais de quatro metros de altura e dois de largura, por onde se estendia uma estrada que cortava a ilha de Este a Oeste. Os banhos reais de Bath também são de origem romana. Inicialmente construídos como parte da cidade Aqua Sulis, no ano de 44, são um enorme e luxuoso complexo de piscinas e lagos com águas medicinais visitados por gente nobre de todo o império. Hoje, Bath é conhecido pelo seu belíssimo spa.

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