O Pedro Garcias, anterior editor da Fugas, já disse tudo o que havia para dizer sobre o David (ler texto nesta edição). O texto do Pedro, que mereceu os mais sentidos comentários dos nossos leitores online, foi escrito com o coração na ponta dos dedos e isso chega para dizer tudo.
Pela parte que me toca, conheci melhor o David há cerca de três anos, quando comecei a editar a Fugas. Já tinha lido várias das suas críticas gastronómicas, mas a primeira que li enquanto editora jamais me sairá da cabeça. Perdoar-me-ão a ignorância, mas essa sua crónica, que agora fui reler, continha duas palavras que não me lembrava nunca de ter visto. A propósito de um naco de vitela que provou no Restaurante Dom Azeite, em Taveiro, Coimbra, o David escreveu que a carne era "chorumosa" e eu fiquei a olhar para aquilo como um burro olha para um palácio. Fui ao dicionário e percebi que se referia à gordura da carne. O mesmo com os "tassalhos de carne de porco", para dizer pedaços.
Aprendi muito nos anos de convivência com o David. Aprendi palavras novas, aprendi a gostar ainda mais de comer, aprendi ao que sabem muitas coisas. E aprendi, também, que vale sempre a pena ser generoso, afável, simpático e delicado. O David, por exemplo, sempre que me enviava um e-mail, terminava-o com um "muito obrigado". Mesmo que o e-mail não precisasse de ser terminado assim.
Hoje é a minha vez: muito obrigada, David.
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