O objectivo do Foodie é apresentar uma escolha de restaurantes com refeições que sejam "experiências exemplares, em primeiro lugar, aliadas a um programa de bebidas, decoração e serviço que as complementem", o que, segundo o portal, "abre caminho ao reconhecimento de restaurantes soberbos que podem não encaixar nas definições mais restritas e tradicionais ou nas estrelas".
Ou seja, trata-se da uma lista alternativa às famosas estrelas do guia Michelin, que nos últimos anos começaram também a enfrentar a concorrência de uma outra lista, a da revista Restaurant, que escolhe os 100 melhores restaurantes do mundo (embora, mediaticamente, o destaque seja dado aos 50 primeiros), e que incluiu, este ano, o algarvio Vila Joya, comandado por Dieter Koschina, ou o Viajante de Nuno Mendes (em Londres).
Em vez de inspectores que visitam os locais de forma anónima, ou de especialistas em gastronomia cujos nomes não são revelados, como acontece com o Michelin ou a Restaurant, o Foodie quis ter uma lista personalizada. Convidou, para isso, vários críticos internacionais, entre os quais destaca Samir Arora, da Glam Media; a antiga crítica gastronómica do "The New York Times"; Gael Greene, da "New York Magazine"; a ex-editora chefe da Gourmet, Ruth Reichl; e aquele que é apresentado como o primeiro crítico gastronómico japonês, Masuhiro Yamamoto (foi comentador do documentário "Jiro Dreams of Sushi").
Cada crítico escolhe restaurantes da sua região mas também de outros pontos do mundo. O resultado são os tais cinco tops: Mundo, França, Japão, EUA e Europa, Reino Unido & Ásia/Pacífico. É neste último que surge a referência ao Belcanto, restaurante aberto pelo chef José Avillez em Lisboa, após muitos anos de história no largo que partilha com o Teatro de São Carlos.
A lista Foodie dos 100 melhores restaurantes do mundo (que inclui, como bónus, as outras quatro regionais) será brevemente publicada num livro com fotografias e detalhes sobre os menus, o ambiente e o serviço. Na lista dos melhores do mundo estão clássicos como os restaurantes de Alain Ducasse, de Pierre Gagnaire ou de Joël Robuchon em Paris, o Le Bernardin, o Momofuko ou o Per Se em Nova Iorque, o Fat Duck em Bray (Berkshire, a cerca de 1h de Londres), o Noma, em Copenhaga, a Osteria Francescana em Modena, Itália, ou o Mugaritz e o El Celler de Can Roca, ambos em Espanha (tendo o último sido considerado o melhor do mundo na lista da Restaurant).
O lirismo de Avillez
O Belcanto, inaugurado em 1958 pela mão de Jaime Gonzalez, vindo do Gambrinus, é um histórico lisboeta, mesa de eleição dos frequentadores da ópera, de cantores, de artistas - naturalmente, graças ao vizinho São Carlos. Depois de anos de altos e baixos e do encerramento, o restaurante voltou ao seu esplendor, renovado sob comando do chef José Avillez. E, pouco depois da abertura, subiu logo à constelação Michelin, conquistando uma estrela (Avillez já tinha conseguido feito igual aquando da sua passagem pelo Tavares).