A celebrar 35 anos, o guia de turismo e gastronomia da companhia espanhola abrange os caminhos de Portugal, Espanha, Andorra e sul de França, destacando ainda, na edição para 2014, os melhores restaurantes ibéricos: ao todo, os especialistas elegeram 502 (mais 94 que no anterior), distribuindo “sóis” (soles, em espanhol) pelos melhores como quem distribui “estrelas Michelin”.
Resultado: há 37 que brilham mais alto e, no olimpo dos “três sóis”, entram as cozinhas de José Avillez (Belcanto, Lisboa), Vincent Farges (Fortaleza do Guincho, Cascais), Hans Neuner (The Ocean, Porches, Lagoa) e de Dieter Koschina (Vila Joya, Albufeira). Quatro casas que também costumam merecer o aplauso da concorrente Michelin, que voltou a dar este ano duas estrelas ao Joya e Ocean e uma ao Belcanto e Guincho.
As escolhas lusas dos inspectores da Repsol fazem parte de uma maior atenção do guia a Portugal nesta edição que marca os 35 anos de existência da publicação (sendo que até à edição de 2009 se chamava Campsa). Segundo informam em comunicado, no Guia Repsol 2014, “encontra-se uma maior presença de informação turística e gastronómica de Portugal, incluindo estabelecimentos hoteleiros, alojamentos e as melhores propostas turísticas do país”. Objectivo: tornar o guia uma “referência em toda a Península Ibérica sem esquecer Andorra e o sul de França”. É assim que algumas mesas lusas seleccionadas passam a estar em destaque no roteiro, incluindo-se ainda 16 restaurantes portugueses com dois "sóis" e 46 com um.
Os “sóis” são considerados, sublinham, “um símbolo” reconhecido há muito da "gastronomia de qualidade em Espanha”. Em relação ao país vizinho, a edição de 2014 acrescenta oito restaurantes ao grupo dos mais galardoados, perfazendo um total de 33 com direito aos três “soles”. No total ibérico, há ainda 129 casas com dois e 336 com um.
O guia foi apresentado em Madrid esta semana numa cerimónia que contou com a presença de chefes ibéricos, incluindo "sóis" da cozinha como Avillez, Ferrán Adrià, Juan Mari Arzak, Manuel de la Osa ou Quique Dacosta. Por Espanha, os oito novo "sóis" foram para Eneko Atxa (Azurmendi), Mario Sandoval (Coque), Francis Paniego (El Portal de Echaurren), Ricardo Sanz (Kabuki Wellington), José Rojano (La Terraza), Kiko Moya (L’Escaleta), Koldo Rodero (Rodero) e Ricard Camarena (Ricard Camarena).
A nova edição do roteiro, editado em espanhol e à venda por 24,90€, é composta por três volumes -- um guia de mapas e estradas de Espanha e Portugal (que acaba por abranger Andorra e sul de França; tudo em escala 1:300.000), um guia com “os melhores restaurantes” (800 destinos, 1500 restaurantes) e outro com rotas pel’ “os melhores sabores” (34 por toda a Espanha, entre gastronomia e vinhos).
Os guias têm versão online, pesquisável e com resultados que traçam rotas virtuais, num portal global de turismo que, há cerca de um ano, esteve sob os holofotes em Portugal por causa de outro evento turístico: foi neste site que decorreu a eleição do “melhor recanto de Espanha 2012”, iniciativa, envolta em alguma polémica, da qual sairia vencedora a igreja da Madalena, obra portuguesa em Olivença.
Este ano, no volume dedicado a rotas por Espanha, surge também em destaque o vencedor da votação para “Mejor Rincón 2013”. Sem património de matriz portuguesa à vista na lista de finalistas, foi a Cueva de Pozalagua - gruta basca de "grandes e excêntricas estalactites interligadas entre si" - que conquistou o prémio.