Fugas - restaurantes e bares

  • Thiago Castanho vem de Belém do Pará, onde tem os restaurantes Remanso do Peixe e Remanso do Bosque
    Thiago Castanho vem de Belém do Pará, onde tem os restaurantes Remanso do Peixe e Remanso do Bosque Nelson Garrido
  • Josean Alija do restaurante Nerua, que funciona no Museu Guggenheim, em Bilbau (uma estrela Michelin)
    Josean Alija do restaurante Nerua, que funciona no Museu Guggenheim, em Bilbau (uma estrela Michelin)
  • Moreno Cedroni, do Madonnina del Pescatore, em Ancona (duas estrelas Michelin)
    Moreno Cedroni, do Madonnina del Pescatore, em Ancona (duas estrelas Michelin)
  • Kiko Martins, O Talho, vai cruzar peixe com carne
    Kiko Martins, O Talho, vai cruzar peixe com carne
  • Miguel Laffan, que este ano conquistou a primeira estrela para o L’And, em Montemor-o-Novo, Alentejo
    Miguel Laffan, que este ano conquistou a primeira estrela para o L’And, em Montemor-o-Novo, Alentejo
  • O chef João Rodrigues do Feitoria, restaurante do Hotel Altis, Belém (uma estrela Michelin)
    O chef João Rodrigues do Feitoria, restaurante do Hotel Altis, Belém (uma estrela Michelin)
  • Vítor Sobral, o chef do Tasca da Esquina
    Vítor Sobral, o chef do Tasca da Esquina

Peixe em Lisboa volta a nadar no Terreiro do Paço

Por Alexandra Prado Coelho

O festival de peixe e marisco, de 3 a 13 de Abril, regressa com chefs de Portugal, Espanha, Itália e Brasil. Desta vez, com um auditório exterior e mais lugares sentados na zona dos restaurantes.

Um auditório com uma cozinha de demonstração, no meio do Terreiro do Paço, e mais 140 lugares sentados no interior do Páteo da Galé. Esta é uma das grandes novidades deste ano do Peixe em Lisboa, o festival dedicado ao peixe e marisco portugueses, cujo programa da 7ª edição, que decorre entre 3 e 13 de Abril, foi anunciado hoje pelo director, Duarte Calvão.

Os chefs convidados estrangeiros vêm desta vez de Itália, Espanha e Brasil: são eles Moreno Cedroni, do Madonnina del Pescatore, em Ancona (duas estrelas Michelin), Josean Alija, do Nerua, que funciona no Museu Guggenheim, em Bilbau (uma estrela Michelin), e Thiago Castanho, que vem de Belém do Pará, onde tem os restaurantes Remanso do Peixe e Remanso do Bosque. 

Duarte Calvão justificou as escolhas explicando que o restaurante de Cedroni, situado na costa do Adriático, "é considerado um dos melhores restaurantes de peixe da Europa e do mundo", e chamando a atenção para o trabalho que o cozinheiro italiano tem feito à volta do sushi (ou susci, na versão italiana), cruzando as técnicas japonesas e a cozinha ocidental. Quanto a Alija, é um dos "cozinheiros mais interessantes de uma nova geração, além de ser presença constante nos festivais de gastronomia da Europa".

Thiago Castanho, que trabalha no Brasil juntamente com o irmão Felipe, e que já tinha estado em Portugal, a cozinhar no Belcanto de José Avillez, trará sobretudo peixes de rio, da Amazónia, que utiliza no seu restaurante. Castanho será também o responsável pelos menus da TAP nos voos Lisboa-Belém que vão ser lançados este Verão.

Além dos convidados estrangeiros, haverá demonstrações de cozinha de vários chefs portugueses: João Rodrigues (Feitoria, Hotel Altis Belém, uma estrela Michelin), Miguel Laffan (que este ano conquistou a primeira estrela para o L'And, em Montemor-o-Novo, Alentejo), Pascal Meynard (hotel Four Seasons Ritz Lisboa), Hélio Loureiro (chef da Selecção Portuguesa de Futebol), Vítor Sobral (Tasca da Esquina) e - uma surpresa - Kiko Martins (O Talho) que, contou Duarte Calvão, apesar de ter um restaurante especializado em carne, vai aqui trabalhar o peixe, e vai fazê-lo de forma criativa, cruzando peixe com carne. 

Mas, enquanto na tenda exterior decorrem as demonstrações e sessões de debate (já lá vamos à programação destas), no Páteo da Galé, como habitualmente, todos os dias entre o meio-dia e a meia-noite estarão os restaurantes que mostraram o que de melhor fazem com peixe e marisco. Aqui as novidades são o restaurante Arola (um regresso, visto que já tinha participado anteriormente no Peixe) e, em estreia, o Avenue (com a chef Marlene Vieira), a Bica do Sapato (agora com Alexandre Silva) e Claro! (de Vítor Claro).

E estarão, claro, os clássicos, que acompanham o festival desde o início, como o Ribamar e o Umai/Izakaya, outros também habituais como o Assinatura (agora com Vítor Areias), José Avillez, O Nobre, e Vítor Sobral com a sua Tasca e Cervejaria da Esquina. 

Os debates começam no dia 4 com um tema que é um desafio: o que se pode fazer com a pele do peixe? A investigadora Paulina Mata vai convidar Bertílio Gomes (Chapitô) e Pedro Almeida (Midori, Penha Longa) a responder. No dia 7, o anfitrião será José Avillez, que terá também os seus convidados, de diferentes áreas, para falarem sobre criatividade.

Por fim, dia 8 é altura de percebemos como é que quem nasceu fora de Portugal (mesmo que já tenha alma de português) olha para a cozinha nacional. As opiniões serão do crítico gastronómico Carlos Maribona, do diário ABC e do blogue Salsa de Chiles, do chef catalão Sergi Arola, do austríaco Kurt Gillig, director do hotel Vila Vita Parc, no Algarve, e ainda do jugoslavo já português que é Ljubomir Stanisic, do 100 Maneiras.

E, a não perder, a segunda edição do Sangue na Guelra, evento satélite do Peixe, organizado pela empresa Amuse Bouche (de Ana Músico e Paulo Barata), que começou no ano passado e que parte desta ideia: mostrar o trabalho dos subchefs que trabalham nos grandes restaurantes do mundo. Haverá, no dia 5, um showcooking à volta do tema O Polvo, e nos dias 6 e 7 dois jantares na Taberna 1300 de Nuno Barros, em Lisboa (pagos à parte). 

E quando falamos dos grandes, falamos, neste caso, mesmo dos maiores: virão ao Sangue na Guelra este ano, Nacho Baucells e Hérnan Luchetti, subchefs do El Celler de Can Roca, em Girona, Espanha (considerado o melhor restaurante do mundo na lista do World 50 Best) e Leando Pereira, do Noma, Copenhaga, Dinamarca (segundo melhor restaurante do mundo de acordo com a mesma lista). 

A lista inclui ainda Alessandro Negrini, do Il Luogo di Aimo e Nadia (Milão; duas estrelas Michelin), Sven Wassmer, do Focus (Suíça; duas estrelas), João Alves (The Yeatman, Vila Nova de Gaia (uma estrela), João Simões, Carlos Fernandes, chef pasteleiro do M.B. - Martin Berasategui (Tenerife, Espanha, duas estrelas), e Maria Malheiro, chef de pastelaria do The Ocean (Algarve, duas estrelas).

No dia 9 acontecerá mais uma edição do concurso O Melhor Pastel de Nata que, diz o director do festival, está a atrair um número cada vez maior de participantes, o que obrigará a fazer provas de pré-selecção para a escolha dos 12 finalistas. A programação inclui ainda os Novos Talentos da Gastronomia, e uma "batalha do bacalhau português contra o italiano". E, claro, o Mercado Gourmet. 

No que diz respeito às modalidades de entrada no festival, para além das senhas de 5 e 8 euros, este ano haverá senhas de dois euros. A ideia, explicou Duarte Calvão, é permitir "uma maior flexibilidade de preços", com pratos que podem custar quatro euros e que poderão ir até aos 12 euros. Tal como no ano passado, volta a haver este ano um Dia Económico (segunda-feira, 7 de Abril), no qual os 15 euros pagos à entrada dão direito a duas senhas de 5 euros e não apenas a uma como nos restantes dias. 

O Peixe em Lisboa - iniciativa da Associação de Turismo de Lisboa, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa, e produção da Essência do Vinho - tem um orçamento de 536 mil euros.  

Informações
Local:
Pátio da Galé: Terreiro do Paço, Lisboa (Entrada no evento pela Rua do Arsenal)
Horários: 3 Abril: 18h/24 | 4 a 12 Abril: 12h/24h | 13 Abril: 12h/16h
Bilhetes:
Entrada 1 dia: 15€ (conforme hora inclui 1 degustação ou 2 degustações, 1 ou 2 bebidas, 1 copo para prova; além de possibilidade de inscrição em actividades paralelas - as harmonizações têm custo acrescido)
Entrada grupo (5 pessoas): 60€
Crianças até 12 anos: entrada grátis | Alunos e docentes de Escolas de Turismo: 5€
Harmonizações com vinho: 10€
Os bilhetes podem ser comprados no local ou online: mais informações no site oficial

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