Um auditório com uma cozinha de demonstração, no meio do Terreiro do Paço, e mais 140 lugares sentados no interior do Páteo da Galé. Esta é uma das grandes novidades deste ano do Peixe em Lisboa, o festival dedicado ao peixe e marisco portugueses, cujo programa da 7ª edição, que decorre entre 3 e 13 de Abril, foi anunciado hoje pelo director, Duarte Calvão.
Os chefs convidados estrangeiros vêm desta vez de Itália, Espanha e Brasil: são eles Moreno Cedroni, do Madonnina del Pescatore, em Ancona (duas estrelas Michelin), Josean Alija, do Nerua, que funciona no Museu Guggenheim, em Bilbau (uma estrela Michelin), e Thiago Castanho, que vem de Belém do Pará, onde tem os restaurantes Remanso do Peixe e Remanso do Bosque.
Duarte Calvão justificou as escolhas explicando que o restaurante de Cedroni, situado na costa do Adriático, "é considerado um dos melhores restaurantes de peixe da Europa e do mundo", e chamando a atenção para o trabalho que o cozinheiro italiano tem feito à volta do sushi (ou susci, na versão italiana), cruzando as técnicas japonesas e a cozinha ocidental. Quanto a Alija, é um dos "cozinheiros mais interessantes de uma nova geração, além de ser presença constante nos festivais de gastronomia da Europa".
Thiago Castanho, que trabalha no Brasil juntamente com o irmão Felipe, e que já tinha estado em Portugal, a cozinhar no Belcanto de José Avillez, trará sobretudo peixes de rio, da Amazónia, que utiliza no seu restaurante. Castanho será também o responsável pelos menus da TAP nos voos Lisboa-Belém que vão ser lançados este Verão.
Além dos convidados estrangeiros, haverá demonstrações de cozinha de vários chefs portugueses: João Rodrigues (Feitoria, Hotel Altis Belém, uma estrela Michelin), Miguel Laffan (que este ano conquistou a primeira estrela para o L'And, em Montemor-o-Novo, Alentejo), Pascal Meynard (hotel Four Seasons Ritz Lisboa), Hélio Loureiro (chef da Selecção Portuguesa de Futebol), Vítor Sobral (Tasca da Esquina) e - uma surpresa - Kiko Martins (O Talho) que, contou Duarte Calvão, apesar de ter um restaurante especializado em carne, vai aqui trabalhar o peixe, e vai fazê-lo de forma criativa, cruzando peixe com carne.
Mas, enquanto na tenda exterior decorrem as demonstrações e sessões de debate (já lá vamos à programação destas), no Páteo da Galé, como habitualmente, todos os dias entre o meio-dia e a meia-noite estarão os restaurantes que mostraram o que de melhor fazem com peixe e marisco. Aqui as novidades são o restaurante Arola (um regresso, visto que já tinha participado anteriormente no Peixe) e, em estreia, o Avenue (com a chef Marlene Vieira), a Bica do Sapato (agora com Alexandre Silva) e Claro! (de Vítor Claro).
E estarão, claro, os clássicos, que acompanham o festival desde o início, como o Ribamar e o Umai/Izakaya, outros também habituais como o Assinatura (agora com Vítor Areias), José Avillez, O Nobre, e Vítor Sobral com a sua Tasca e Cervejaria da Esquina.
Os debates começam no dia 4 com um tema que é um desafio: o que se pode fazer com a pele do peixe? A investigadora Paulina Mata vai convidar Bertílio Gomes (Chapitô) e Pedro Almeida (Midori, Penha Longa) a responder. No dia 7, o anfitrião será José Avillez, que terá também os seus convidados, de diferentes áreas, para falarem sobre criatividade.