Quique, como vê o actual momento da cozinha portuguesa?
Não sou um conhecedor para fazer um juízo, mas tenho a sensação de que há movida, e isso é muito bom, há vontade de fazer, e há uma base cultural importante, há produto, e líderes. Mas, como com qualquer disciplina criativa ou artística, para haver um crescimento é preciso um suporte económico.
Sei que se diz que quanto mais fome se passa mais criativo se é, que com a necessidade cria-se mais. Sim, mas se não há quem te compre o quadro, este pode ser muito criativo mas vai ficar aí guardado. O movimento da cozinha espanhola surgiu num momento de economia pujante, em que os clientes vinham, queriam experimentar, queriam saber. Se não há clientes nada funciona. Mas se há crescimento, que acho que é o que vai acontecer em Espanha e em Portugal, surgirão mais restaurantes de cozinha criativa.
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