O problema, explica ainda o diário nova-iorquino, é que só teoricamente é que a identidade dos cerca de mil jurados se mantém secreta; na prática, muitos donos de restaurantes sabem quem eles são (um terço são chefs ou proprietários) e tentam influenciá-los. Além disso, dada a enorme importância que a lista conquistou, os turismos de alguns países, como é o caso da Suécia, México, Peru ou Singapura, têm tentado de diversas formas, nomeadamente convidando chefs e jornalistas, conquistar maior visibilidade para as respectivas gastronomias.
A revista Eater divulgou, por seu lado, alguns dados que revelam desequilíbrios na lista. O maior é a diferença entre o número de chefs homens e o de mulheres – estas representam apenas 4% do universo total. Mas a lista mais importante é a das regiões do mundo, que mostra que a esmagadora maioria daqueles que foram considerados os melhores estão na Europa e há regiões muito pouco representadas, como África ou a Rússia, que só entrou este ano, com o White Rabbit, em Moscovo.
“Eles [a organização do World’s 50 Best] têm os patrocínios, a atenção do mundo e o poder”, diz Zoé Reyners, do Occupy 50 Best. “O que nós pedimos é que reconheçam essa responsabilidade e mudem o sistema de acordo com isso.” Este ano, os responsáveis do World’s 50 Best contrataram a firma de consultoria Deloitte para garantir a fiabilidade da votação, mas anunciaram que não vão alterar o sistema.