Fugas - restaurantes e bares

  • Os irmãos Roca, do Celler de Can Roca em Girona. Depois de declarado o melhor restaurante do mundo em 2013, os manos voltam a conquistar a distinção
    Os irmãos Roca, do Celler de Can Roca em Girona. Depois de declarado o melhor restaurante do mundo em 2013, os manos voltam a conquistar a distinção DR/El Celler de Can Roca/Albert Bertran.
  • Massimo Bottura, da Osteria Francescana, em Itália, n.º 2
    Massimo Bottura, da Osteria Francescana, em Itália, n.º 2 DR
  • René Redzepi, do Noma, passou a 3.º depois de declarado quatro vezes o melhor do mundo
    René Redzepi, do Noma, passou a 3.º depois de declarado quatro vezes o melhor do mundo Yuya Shino/Reuters
  • O Central do Peru tornou-se o 4.º melhor do mundo e o melhor da América do Sul
    O Central do Peru tornou-se o 4.º melhor do mundo e o melhor da América do Sul DR
  • Andoni Luis Aduriz do Mugaritz, San Sebastián, no n.º 6
    Andoni Luis Aduriz do Mugaritz, San Sebastián, no n.º 6 DR
  • O melhor do Brasil: Alex Atala, do D.O.M. de São Paulo, n.º 9
    O melhor do Brasil: Alex Atala, do D.O.M. de São Paulo, n.º 9 DR
  • Hélène Darroze, que recebeu o prémio da melhor chef do mundo
    Hélène Darroze, que recebeu o prémio da melhor chef do mundo DR
  • Daniel Boulud recebeu o prémio de carreira. O chef francês lidera o restaurante Daniel de Nova Iorque.
    Daniel Boulud recebeu o prémio de carreira. O chef francês lidera o restaurante Daniel de Nova Iorque. DR
  • A família Adrià voltou aos top: Albert, irmão de Ferran e responsável pelo Tickets de Barcelona, entrou para os 50 mais e foi também declarado o melhor chef pasteleiro do mundo
    A família Adrià voltou aos top: Albert, irmão de Ferran e responsável pelo Tickets de Barcelona, entrou para os 50 mais e foi também declarado o melhor chef pasteleiro do mundo DR
  • Na lista 51-100, o destaque português vai todo para Avillez, que se estreou na lista em 91.º lugar. Já a segunda entrada portuguesa, o Vila Joya, caiu do 22.º lugar de 2014 para 98.º.
    Na lista 51-100, o destaque português vai todo para Avillez, que se estreou na lista em 91.º lugar. Já a segunda entrada portuguesa, o Vila Joya, caiu do 22.º lugar de 2014 para 98.º. Miguel Manso
  • Durante a gala desta noite em Londres
    Durante a gala desta noite em Londres DR

Os irmãos Roca destronam o Noma e voltam a ter o "melhor restaurante do mundo"

Por Alexandra Prado Coelho

O catalão El Celler de Can Roca volta a liderar a lista The World’s 50 Best Restaurants. O dinamarquês Noma passou para terceiro lugar.

Espanha em primeiro lugar, Itália em segundo – com El Celler de Can Roca, em Girona, dos três irmãos Roca, e a Osteria Francescana, em Modena, de Massimo Bottura, o Sul da Europa ocupa o topo da lista dos melhores restaurantes do mundo – The Word’s 50 Best Restaurants, uma iniciativa lançada pela revista britânica Restaurant em 2002. A lista dos distinguidos em 2015 foi anunciada esta segunda-feira à noite numa cerimónia em Londres. 

O Noma, de Copenhaga e do chef René Redzepi, que no ano passado tinha voltado a ser o número um, desce este ano para a terceira posição. E a grande surpresa foi a “subida meteórica” do Central, em Lima, Peru, de Virgílio Martinez e da sua mulher Pia Leon, que passa do 15º lugar para o 4º, depois de no ano passado ter já sido o restaurante que registara maior subida. Isto significa que o Eleven Madison Park, de Nova Iorque, abandonou o pódio, passando para o 5º lugar da lista. 

São perto de mil os membros do júri internacional – jornalistas gastronómicos, chefs, proprietários de restaurantes e gastrónomos em geral – que votam em sete restaurantes nos quais tenham comido nos últimos 18 meses (três deles fora do respectivo país).
Este ano, pela primeira vez, os restaurantes que compõem a segunda parte da lista (que na realidade é de 100 restaurantes) foram anunciados antecipadamente: o português Belcanto de José Avillez entrou pela primeira vez para a lista, instalando-se no 91º lugar. Por outro lado, aquele que era até agora o único português entre os 50 melhores, o algarvio Vila Joya, do chef Dieter Koschina, caiu da 22º para a 98º posição, ficando quase em risco de abandonar os 100. 

Outra novidade surgiu ao início da noite, com o responsável da organização World’s 50 Best, William Drew, a decretar “o fim de uma era” ao anunciar que em 2016 a cerimónia de apresentação dos 50 Melhores, que sempre se realizou em Londres, vai mudar-se para Nova Iorque, numa estratégia de “internacionalização” da cada vez mais popular iniciativa. 

Mas nos últimos dias, o World’s 50 Best Restaurants tem estado sob duras críticas. Em França, um grupo que se auto-intitulou Occupy 50 Best, numa referência ao movimento de protesto contra o capitalismo Occupy Wall Street, criou um site para contestar os métodos utilizados na votação, conta o The New York Times

Segundo estes críticos, a lista tornou-se demasiado poderosa e não tem um nível de transparência que corresponda a esse poder, sendo, dizem, susceptível a corrupção. O site ganhou maior visibilidade quando alguns chefs se juntaram ao coro de críticas. Foi o caso do argentino Francis Mallmann, que não só assinou uma petição lançada pelo Occupy 50 Best como divulgou a carta que escreveu quando se demitiu do júri em 2003. 

Mas o nome mais sonante a juntar-se às críticas foi, no domingo, o de Joël Robuchon, que escreveu num email ao The New York Times: “É suposto que os membros do júri tenham comido nos restaurantes nos quais votaram pelo menos uma vez nos 18 meses anteriores. Mas não lhes é pedida qualquer prova dessa visita, nenhuma conta, e sei que isto é uma grande falha no processo. Abre espaço às piores manobras – amiguismo, votações de ‘moeda ao ar’, influências geopolíticas e outras.” 

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