Este ano, naquela que é a sua terceira edição, a Rota Gastronómica da Cereja do Fundão vai passar por 19 restaurantes e cinco bares da capital. Dura oficialmente até dia 5, mas muito destes espaços prometem manter os pratos e bebidas na carta enquanto houver cereja. Fomos conhecer as propostas de seis participantes desta rota.
Barba, bigode e um cocktail de cereja
São três da tarde e há homens a aparar as desenhadas barbas e bigodes n’ O Purista-Barbière, no Chiado, em Lisboa. Lá fora o calor é tórrido por isso sabe bem refugiarmo-nos dentro do amplo espaço deste antigo alfarrabista há pouco mais de um ano transformado em bar e barbearia.
Atrás do balcão, Nuno Mendes prepara-nos um dos dois cocktails com cereja do Fundão que criou para estas semanas em que o fruto vai estar por todo o lado (ambos a 8 euros). Um é uma cerejoska – feito com lima, cereja e açúcar amarelo, tudo macerado, gelo picado e vodka Grey Goose – e o barman acredita que é o mais consensual e será o mais pedido.
Mas vamos provar o outro, que Nuno descreve como menos doce e que baptizou como Pure Cherry. Junta gin, sumo de limão e uma calda de cereja com cereja macerada e açúcar amarelo. É fresco e tem a irresistível cor intensa destas cerejas.
É um fruto com o qual Nuno nunca tinha trabalhado até aceitar esta ideia da Câmara do Fundão. “Não é um produto fácil de trabalhar com álcool”, explica, “porque tem tendência a ganhar maior acidez”. Mas encarou esta acidez como um desafio e está confiante no resultado das duas bebidas que criou.
O Purista-Barbière
Rua Nova da Trindade, 16C, Lisboa
Horário: 4º a sábado das 15h às 3h; terças e domingos até às 21h
Facebook: O-Purista-Barbière
A “melhor bola de Berlim” agora tem cereja do Fundão
A bola de Berlim da Sacolinha foi considerada a melhor de Lisboa pela revista Time Out. Por isso, foi à pastelaria do Chiado que a Câmara Municipal do Fundão fez a proposta: se já tinham bolas com o recheio tradicional e com doce de leite, que tal criar um recheio de cereja? A engenheira alimentar Carla Costa e a equipa de pastelaria lançaram mãos à obra tentando perceber como é que a cereja reagia.
“Não queríamos uma compota”, sublinha. “A nossa maior preocupação foi que, no final, se identificasse claramente como cereja. Para isso era preciso manter a cor e o sabor de fruta fresca.” Fizeram muitos ensaios e provas até chegarem ao resultado que pretendiam: um doce de cereja, leve, não demasiado doce, “onde se sentisse ainda o picozinho de acidez da fruta”, e no qual se distinguissem pedacinhos do fruto. Depois foi preciso, sem perder essas características, chegar à consistência ideal para rechear a bola sem riscos de que o recheio escorresse para o exterior.
No dia em que a Fugas esteve na Sacolinha estavam a chegar as primeiras bolas e serem feitos os últimos ajustamentos para as colocar à venda. Se for um sucesso, a pastelaria admite que possa haver bolas com recheio de cereja do Fundão mesmo depois de terminada a época da cereja.
Sacolinha (do Chiado)
Rua Paiva de Andrade nº4/12, Lisboa
Horário: das 8h30 às 21h
Outras lojas Sacolinha:
www.sacolinha.pt