Fugas - restaurantes e bares

  • Bar discoteca Batô
    Bar discoteca Batô Paulo Pimenta
  • Bar discoteca Batô
    Bar discoteca Batô Paulo Pimenta
  • Bar discoteca Batô
    Bar discoteca Batô Paulo Pimenta
  • Bar discoteca Batô
    Bar discoteca Batô Paulo Pimenta
  • Bar Pipa Velha
    Bar Pipa Velha Paulo Pimenta
  • Bar Pipa Velha
    Bar Pipa Velha Paulo Pimenta
  • Bar Pipa Velha
    Bar Pipa Velha Paulo Pimenta
  • Bar Pipa Velha
    Bar Pipa Velha Paulo Pimenta
  • Bar Pipa Velha
    Bar Pipa Velha Paulo Pimenta
  • Bar Labirinto
    Bar Labirinto Paulo Pimenta
  • Bar Labirinto
    Bar Labirinto Paulo Pimenta
  • Bar Bonaparte
    Bar Bonaparte Paulo Pimenta
  • Bar Bonaparte
    Bar Bonaparte Paulo Pimenta
  • Bar Bonaparte
    Bar Bonaparte Paulo Pimenta
  • Bar Bonaparte
    Bar Bonaparte Paulo Pimenta
  • Bar Pinguim
    Bar Pinguim Paulo Pimenta
  • Bar Pinguim
    Bar Pinguim Paulo Pimenta
  • Bar Pixote
    Bar Pixote Paulo Pimenta
  • Bar Pixote
    Bar Pixote Paulo Pimenta
  • Bar Pixote
    Bar Pixote Paulo Pimenta
  • Bar Pixote
    Bar Pixote Paulo Pimenta
  • Bar Pinguim
    Bar Pinguim Paulo Pimenta
  • Bar Pinguim
    Bar Pinguim Paulo Pimenta

Continuação: página 5 de 5

O Porto que sai à noite também gosta de poesia e karaoke

Ao bar não chegam só grupos. Há quem chegue sozinho, “clientes assíduos”, que fazem parte da “mobília da casa”. Nas paredes há fotografias que espelham o lado mais familiar que ali se vive. “É isso que segura o bar”, diz Luís, que admite ser uma desvantagem estar fora do “centro onde se passa tudo”. O Pixote está no Campo Alegre Business Centre, sítio onde a oferta não abunda. Mas é a especificidade do bar que o torna atractivo para o público que o procura e que lá vai porque “quer cantar e divertir-se”.

Ao leme do barco

Estamos do outro lado da circunvalação, em Leça da Palmeira. É quinta-feira, a última do mês. Chegamos ao Largo do Castelo, frente ao número 13. Mal nos aproximamos, António Cruz, que prefere que lhe chamem Tó Mané, abre-nos a porta. Estamos dentro de um barco, em terra, vazio ainda. Na verdade não é bem um barco, mas é feito com alguns pedaços de um que naufragou em Matosinhos. E tem um leme, que por acaso até é desse que afundou, e toda a configuração se assemelha a uma embarcação. Estamos no Batô, numa das míticas Noites do Baú, da discoteca que abriu a escotilha em 1971, a mais antiga do Grande Porto ainda em actividade. 

Ainda é cedo, a noite só começa às 23h. Faltam uns cinco minutos. Tó Mané já trabalha na noite há uns anos largos. À frente do Batô está há seis. Ainda assim, e depois de tantos anos, não consegue esconder o nervoso miudinho dos minutos de expectativa à espera dos primeiros clientes. Enquanto isso, vai-se preparando o bar e vai dando as indicações aos funcionários que vão chegando.

Está com 50 anos, mais de metade a frequentar o Batô: “Lembro-me de muitas vezes ter que me esconder na cozinha quando vinham cá inspecções por não ter idade para cá estar.” O que mudou desde essa altura? “Rigorosamente nada, felizmente”, diz-nos. O espaço, “à excepção de um dos bares” está “exactamente igual”. A música “também continua a mesma”, o ambiente “foi-se renovando”, mas diz ser muito semelhante: “Torna-se engraçado é encontrar aqui já avós e netos.”

Sem darmos conta o espaço encheu-se. É ambiente mais adulto e mais revivalista. “As Noites do Baú são mesmo para isto, para recordar”, explica. Ao fim-de-semana a playlist continua no rock, nestas últimas quintas-feiras do mês mais focada nos anos 1970 e 80.  Dança-se ao som de Rolling Stones, U2, Led Zeppelin, Blondie, Bowie e outros da mesma altura. Jorge Vieira, DJ de serviço da noite, um dos quatro residentes, há 20 anos na casa, explica que “de vez em quando” já escolhe umas músicas dos anos 1990: “Para a geração que está a chegar aos 40 anos já são clássicos da juventude.”    

Frente a uma das portas de emergência, encostado a um dos bares está um homem de fato preto e cabelo rapado, que desde o início da noite não sai de lá. “As noites são sempre assim tão animadas?”, perguntamos. A resposta é positiva, mais do que isso diz-nos que costuma ainda estar mais gente: “Às vezes só se consegue mexer os olhos.” “Ao fim-de-semana também é assim?”, continuamos as perguntas. Responde-nos que sim. “Já trabalha aqui há muito tempo como segurança?” — a resposta não foi a que esperávamos. “Não estou a trabalhar. Sou amigo do Tó Mané e venho cá sempre. Este lugar, neste canto, ninguém mo tira. É aqui que gosto de ficar.”

--%>