Fugas - Viagens

  • Em Mértola, o grupo prepara-se para a partida.
    Em Mértola, o grupo prepara-se para a partida. Marco Vilela
  • O especialista Fernando Martins explica as sobreposições históricas na antiga mesquita, actual igreja Matriz.
    O especialista Fernando Martins explica as sobreposições históricas na antiga mesquita, actual igreja Matriz. Marco Vilela
  • Alcáçova do Castelo, parte do campo arqueológico de Mértola.
    Alcáçova do Castelo, parte do campo arqueológico de Mértola. Marco Vilela
  • Alcáçova do Castelo.
    Alcáçova do Castelo. Marco Vilela
  • Ponte sobre o Guadiana.
    Ponte sobre o Guadiana. Marco Vilela
  • Museu islâmico de Mértola.
    Museu islâmico de Mértola. Marco Vilela
  • Museu islâmico de Mértola.
    Museu islâmico de Mértola. Marco Vilela
  • Museu islâmico de Mértola.
    Museu islâmico de Mértola. Marco Vilela
  • A caminho de Marrocos, atravessando o estreito de Gibraltar.
    A caminho de Marrocos, atravessando o estreito de Gibraltar. Marco Vilela
  • Começando as montanhas do Atlas.
    Começando as montanhas do Atlas. Marco Vilela
  • Chefchaouen.
    Chefchaouen. Marco Vilela
  • Volubilis.
    Volubilis. Marco Vilela
  • Volubilis.
    Volubilis. Marco Vilela
  • Volubilis.
    Volubilis. Marco Vilela
  • Avistando o Alto-Atlas.
    Avistando o Alto-Atlas. Marco Vilela
  • O belo chá marroquino, arejando-se.
    O belo chá marroquino, arejando-se. Marco Vilela
  • A festa no no albergue perto do Todra.
    A festa no no albergue perto do Todra. Marco Vilela
  • Palmeiral.
    Palmeiral. Marco Vilela
  • Cruzando o Atlas.
    Cruzando o Atlas. Marco Vilela
  • Aproximando-nos do deserto em Nekob.
    Aproximando-nos do deserto em Nekob. Marco Vilela
  • Primeiro contacto com as dunas.
    Primeiro contacto com as dunas. Marco Vilela
  • Zagora.
    Zagora. Marco Vilela
  • Dunas de Erg Chigaga.
    Dunas de Erg Chigaga. Marco Vilela
  • O verdadeiro deserto.
    O verdadeiro deserto. Marco Vilela
  • Refresco em Marraquexe.
    Refresco em Marraquexe. Marco Vilela
  • Praça Jamaa el-Fna, Marraquexe.
    Praça Jamaa el-Fna, Marraquexe. Marco Vilela
  • Complexo dos túmulos dos reis saadianos.
    Complexo dos túmulos dos reis saadianos. Marco Vilela
  • Complexo dos túmulos dos reis saadianos.
    Complexo dos túmulos dos reis saadianos. Marco Vilela
  • Tapetes que chegam aos 17 mil euros, alguns deles centenários.
    Tapetes que chegam aos 17 mil euros, alguns deles centenários. Marco Vilela
  • Uma impressionante colecção de artigos, incluindo antiguidades, muitas delas verdadeiras preciosidades.
    Uma impressionante colecção de artigos, incluindo antiguidades, muitas delas verdadeiras preciosidades. Marco Vilela

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De Mértola a Marraquexe, uma odisseia em todo-o-terreno

Apesar de ser muito tempo de estrada, o grupo mantém-se em contacto via rádio CB, um sistema de comunicação entre os jipes, sempre ligado. Serve para os condutores trocarem coordenadas, para António Vilela comandar as tropas - mas também foi muito usado para mandar piadas e fazer conversa... Foi uma boa companhia aquele rádio CB. No final do dia, ainda ouvíamos a voz de António Vilela: "Apertem a coluna!" "Copiaste?" "Recebido." Bom, por esta altura, estamos a apanhar o ferry em Algeciras rumo a Ceuta. Passar, depois, a fronteira para entrar em Marrocos é cansativo: papel para a frente, papel para trás. 35 pessoas em tantos carros é muito documento, muito passaporte. Foram mais de duas horas.

Ultrapassada a burocracia, rumámos a Chefchaouen, com a qual Mértola tem fortes laços. Existe mesmo um protocolo que prevê intercâmbios e ao qual se pretende dar novo fôlego. "Chefchaouen tem algumas semelhanças com Mértola no que toca à parte mais antiga da cidade", diz Luís Madeira.
O objectivo é levar ainda mais a cultura e as gentes marroquinas até Mértola para tornar "ainda maior e mais genuíno" o Festival Islâmico, onde "não há encenações": são mesmo grupos de música e artesãos de países como Marrocos, Egipto e Tunísia que enchem a vila.

Como chegámos de noite a Chefchaouen, só no dia seguinte é que vimos como é bonita: bem-vindos à cidade azul. Apresentamos-lhe Abdeslam Mouden, presidente da associação local dos guias turísticos, que nos levou a passear por estreitas ruelas, com casas caiadas de branco e azul. Foi ele quem nos disse que, pese embora já tivesse tido outro significado, hoje o azul é "o símbolo da abertura de Chefchaouen a muitos países do Mediterrâneo".

Situada perto de Tânger e de Tetouan, a cidade deve o nome a um pequeno vale de duas montanhas - ech-Chaoua, que significa "Os Chifres". "No Inverno há aqui muita neve nas montanhas do Rif e também muita chuva", vai contando.

Chefchaouen, fundada em 1471 e com 45 mil habitantes, é também conhecida pelas djellabas (vestimenta tradicional longa e com capuz) tecidas em lã; porém, apesar das várias oficinas de tecelagem que existem na pitoresca Medina, a cidade tem também "muita agricultura biológica, mel, trigo, azeite, queijo" e turismo. Na praça Uta el-Hammam há cafés onde se pode sentar a beber um chá. De hortelã, claro. E com muito açúcar.

No final da manhã, regressámos à estrada. Destino: Azrou, com paragem nas ruínas da antiga cidade romana de Volubilis, Património Mundial da Humanidade. Trata-se de uma povoação rodeada de vastos campos que os romanos ocuparam: podemos ver os balneários, os aquedutos, as canalizações e imaginar como seria o dia-a-dia dos habitantes.

Mas, depois de explorar Volubilis e de 260 quilómetros de estrada, uma das surpresas do dia foi o parque de campismo onde pernoitámos em Azrou. Com vista sobre as montanhas - "azrou" significa rocha em berbere -, é um elegante parque de cinco estrelas, com uma vegetação cuidada, casas de banho limpas (o que em Marrocos não é comum), edifícios com grandes salas e tendas onde, para além do espaço ao ar livre, os visitantes podem dormir.

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