Por enquanto, e embora em Dezembro e Janeiro deva ficar lotado, o Morro de São Paulo está ainda longe da pequena invasão que sofreu, por exemplo, a Praia do Forte. A estatística diz que Salvador é o principal destino dos turistas na Bahia, brasileiros ou estrangeiros; na lista dos mais visitados, se Itaparica nem surge na lista e garante espaço para a toalha dos próximos viajantes, o Morro de São Paulo recebe apenas 1,4% dos estrangeiros e 3,4% dos brasileiros.
Os números são uma coisa importante para o professor Ivan Dória e sua mulher, Nádia. Arqueólogos, estão umas boas dezenas de quilómetros a norte do Morro de São Paulo e do seu local de trabalho vêem a praia. Mas ao longe. Estão na Costa dos Coqueiros, enquanto que o Morro fica no seguimento da Costa do Dendém, e a Praia do Forte, o centro turístico da zona, vê-se do que resta das janelas da Casa da Torre (ou Castelo Garcia d’Ávila), a construção mais antiga que resiste no Brasil e que data de 1551. É portuguesa e Ivan Dória conhece-a desde os 14 anos. Hoje tem 66 e não hesita em dizer que “daqui partiu o sentimento de brasilidade”, apesar de Porto Seguro ter sido considerado o local da fundação do Brasil.
Porquê? Entramos no que terá sido a capela, ou a torre que dá nome ao edificado e, sob um punhado de morcegos pendurados nas abóbadas frescas, explica: “Esta foi a primeira sociedade formada pela colonização” que deixou lastro. Garcia d’Ávila trouxe família, havia portugueses, catequistas jesuítas, índios integrados e outros chacinados. Depois viriam os escravos de África. “Quem explorou o nordeste brasileiro foi a família Garcia d’Ávila. Chegaram a ter 800 mil km2 de terras, 10% do Brasil. Daqui até ao Maranhão”, frisa. Quando era adolescente e visitou a construção que se dedicaria a estudar e escavar, ainda a casa tinha portas de jacarandá e grades nas janelas. Agora, além da ruína, o que salta à vista é uma gameleira, ou figueira-brava, com mais de cem anos. À tarde, aos pés da árvore (sagrada para o candomblé, como nos explicam repetidamente), vai haver casamento. Mais uma festa.
GUIA PRÁTICO
Onde dormir
A disponibilidade em Dezembro no Club Med Itaparica já é escassa, devido à época alta no Brasil — coincide com o início das férias de Verão e de Natal e final do ano. Estadias para Janeiro/Fevereiro de 2014 a partir de 1979€ por adulto para sete noites de alojamento em quarto Club Superior, voos ida e volta pela TAP Lisboa/Salvador com taxas de aeroporto, transferes ida e volta do aeroporto de Salvador até ao Club Med Itaparica. Regime tudo incluído (refeições, bebidas, desportos e actividades, além de acesso ao Mini Club Med e Junior Club Med dos 4 aos 17 anos). Estadia gratuita para crianças até aos seis anos.
A hora de chegada a Salvador é importante, visto que a travessia de barco para Itaparica só se realiza até às 23h. Para chegadas ao aeroporto após as 22h, é necessário passar uma noite em Salvador — o Club Med pode tratar dessa noite de alojamento, ou pode optar por conhecer a capital do estado da Bahia fazendo mais do que uma noite na cidade antes de seguir para Itaparica.