Fugas - Viagens

Continuação: página 7 de 8

A bela e o monstro no jardim de Java

Quando ir
A ilha de Java, como quase todo o arquipélago formado por 17 mil ilhas, tem apenas duas estações: a seca e a húmida, mas invariavelmente quente. Por isso, pense em que altura prefere visitar o país. Em Maio, na véspera de um dia de lua cheia, realiza-se, em Borobudur, a espectacular procissão Waisak, que marca o nascimento de Buda. Centenas de monges budistas seguram velas e flores numa romaria comovente que tem início no templo de Mendut. Junho também é apropriado para se visitar a região, por o céu se apresentar geralmente pouco nublado, para além de ser o mês do Ramayana, festival de dança hindu que ocorre igualmente em Borobudur. A partir do final de Setembro aparecem as  tormentas que se prolongam até Março, ainda que tal não obste ao surgimento de vários dias soalheiros.

O que fazer
Yogyakarta é considerada a capital cultural e universitária da Indonésia onde as artes e as tradições são mais fortes. Portanto, não faltam actividades lúdicas e de cariz cultural. Se tiver tempo, para além dos destinos “obrigatórios”, como Borobudur, Prambanan, Merapi ou o palácio Kraton, visite o mercado das aves, onde pode ver alguns exemplares exóticos, infelizmente muitos vendidos no mercado negro e ilegal. As agências locais oferecem várias excursões de um ou mais dias, pelo que compare os preços e veja a sua disponibilidade temporal. As marcações pela Internet têm uma fiabilidade de praticamente 100%.

O que comer
Está no sítio certo para cometer o pecado da gula. Em Yogyakarta pode provar a verdadeira comida de rua, quer na movimentada Rua Malioboro quer no bairro de Prawirotamam. Se optar pela primeira, na parte Norte servem-se deliciosos ayam goreng (frango frito embebido e leite de coco) ou nasi langgi (arroz de coco bem condimentado). Os estudantes, que surgem aos magotes ao final do dia, são apreciadores do oseng oseng, uma espécie de mini nasi campur (arroz com... tudo o que possa imaginar). Eu fiquei fã do gudeg, caril de jaca com frango, ovos e arroz, muito fácil de encontrar à volta dos mercados. A parte central da cidade afigura-se como uma espécie de restaurante gigante a céu aberto, onde pode encontrar todo o tipo de pratos javaneses, indonésios e ocidentais, com ou sem picante, mas sempre impregnados de aromáticas especiarias. Um verdadeiro manjar para os sentidos. Lembre-se que está num país muçulmano, pelo que o consumo de álcool está vedado em quase todos os lugares.

Onde ficar
Existe uma variedade razoável de hotéis nas proximidades de Borobudur, apesar de os baratos serem em número reduzido se comparado com Yogyakarta. Se optar por alojamento próximo ao monumento terá direito a um voucher de desconto na entrada do mesmo. Ainda nas redondezas, a aldeia montanhosa de Kamal oferece acomodações em madeira em estilo javanês com vistas soberbas para Borobudur. Em Yogyakarta, ou  “yogya”, como é chamada pelos locais, a oferta é vasta e vai desde os luxuosos hotéis de cinco estrelas até às despretensiosas e económicas guest houses. Eu optei por um misto, em estilo tradicional, o hotel Kampoeng Djawa.

--%>