Fugas - Viagens

  • Natia Rekhviashvili
  • em Tblissi, a capital georgiana
    em Tblissi, a capital georgiana Natia Rekhviashvili
  • Natia Rekhviashvili
  • uma praia de Batumi
    uma praia de Batumi Natia Rekhviashvili
  • em Tblissi, a capital georgiana
    em Tblissi, a capital georgiana Natia Rekhviashvili
  • A cidade termal de Borjomi
    A cidade termal de Borjomi Carlos Cipriano
  • O Museu José Estaline, em Gori, tem cerca de 140 mil visitantes por ano
    O Museu José Estaline, em Gori, tem cerca de 140 mil visitantes por ano Carlos Cipriano
  • Batumi, às vezes apelidada de Las Vegas do Cáucaso
    Batumi, às vezes apelidada de Las Vegas do Cáucaso Carlos Cipriano
  • Carlos Cipriano
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Geórgia sobre os carris da História

Na zona de lazer que sobe ao longo do rio está uma das nascentes termais com a respectiva buvete. Um teleférico dá acesso ao cume da montanha, onde há um parque de diversões. Segue-se o Mundo das Fadas, uma espécie de Portugal dos Pequeninos dedicado às crianças. E mais à frente uma nascente de água quente no meio da neve, na qual muitos visitantes não resistem a um banho a 30 graus. A coragem está, depois, em conseguir sair da água quente, secar-se e vestir-se ao ar livre com a temperatura exterior a rondar os 2 graus.

A cidade, com cerca de 15 mil habitantes, é ponto de partida para conhecer o Parque Nacional Borjomi-Kharagauli e alguns sítios arqueológicos e monumentais da região. E também para aceder à estância de esqui de Bakuriani, à qual se sobe por um invulgar comboio de via estreita. A viagem demora duas horas de puro prazer, por entre a neve, atravessando bosques e aldeias, à velocidade média de 18 km/hora.

Duas das três carruagens têm varandim, ao jeito das dos filmes de cowboys, e é lá que alguns passageiros preferem viajar. Uma terceira, mais moderna, tem janelas panorâmicas até ao tecto. As curvas são tão apertadas que desde a cauda da composição avista-se a anacrónica locomotiva eléctrica do tipo crocodilo. Tudo isto por 48 cêntimos.O regresso, em táxi, custou 9 euros e durou 45 minutos em vez das duas horas do comboio.

Outra excursão que se pode fazer a partir de Borjomi leva-nos a escassos quilómetros da fronteira com a Turquia, ao complexo de Varzdia, um dos ex-líbris turísticos da Geórgia, construído no século XII durante o reinado da rainha Tamar.

Trata-se de uma cidade construída na rocha, que no seu apogeu chegou a ter 6000 residências, uma igreja e uma sala de trono. Foi construída em pouco tempo (cerca de 40 anos), mas durou escassas décadas porque um terramoto destruiu-a quase por completo. Hoje os turistas visitam apenas cerca de 30% do que foi Vardzia.

Vista do nível do rio, o complexo faz lembrar uma colmeia, adivinhando-se à distância o emaranhado de túneis, grutas e escadarias subterrâneas escavadas no ventre da montanha. Percorrê-los tem o seu quê de excitante, um certo sabor a aventura juvenil.

Uma parte, porém, é de acesso reservado, pois o local continua a ser habitado por um pequeno grupo de monges. Tal como no século XII, existem alguns cabos com roldanas que permitem o transporte de bens pela estrutura de grutas na montanha. Há oito séculos, porém, existia uma extensa rede com milhares de cordas para fazer chegar víveres e água desde o rio até às casas de pedra.

A algumas centenas de metros de Vardzia avistam-se as ruínas de um castelo que fazia parte do circuito defensivo de Tblissi, uma espécie de “linhas de Torres” contra as invasões de mongóis, tribos turcas e do império persa, à data os principais inimigos da Geórgia. Quando se avistava o inimigo, acendia-se uma fogueira para avisar a próxima fortaleza. A cadeia de sinais de fumo continuava, propagada ao longo da rede de castelos instalada nas montanhas da Geórgia, e o alerta de ataque chegava à capital quatro horas depois, permitindo uma resposta rápida, pelo menos para os padrões da época.   

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