Fugas - Viagens

  • Natia Rekhviashvili
  • em Tblissi, a capital georgiana
    em Tblissi, a capital georgiana Natia Rekhviashvili
  • Natia Rekhviashvili
  • uma praia de Batumi
    uma praia de Batumi Natia Rekhviashvili
  • em Tblissi, a capital georgiana
    em Tblissi, a capital georgiana Natia Rekhviashvili
  • A cidade termal de Borjomi
    A cidade termal de Borjomi Carlos Cipriano
  • O Museu José Estaline, em Gori, tem cerca de 140 mil visitantes por ano
    O Museu José Estaline, em Gori, tem cerca de 140 mil visitantes por ano Carlos Cipriano
  • Batumi, às vezes apelidada de Las Vegas do Cáucaso
    Batumi, às vezes apelidada de Las Vegas do Cáucaso Carlos Cipriano
  • Carlos Cipriano
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Geórgia sobre os carris da História

Com o mesmo passo firme e o mesmo tom monocórdico, a guia introduz-nos num corredor térreo onde, em duas estreitas salas, uma delas num vão de escada, se recordam as vítimas do estalinismo. Com a mesma ênfase – que é nenhuma – com que falava na infância de Estaline, a guia refere as centenas de milhares de pessoas aprisionadas e assassinadas a mando do ditador. Um escritório que recria o posto de trabalho de um oficial da KGB, o interior de uma prisão soviética, roupas que pertenceram a prisioneiros  e um improvisado mapa onde se anotam as vítimas do período estalinista completam a parte do museu que pretende render-lhes homenagem.

Mas não rende. Esta parte é tão indigente que mais valia assumir o museu José Estalin como sendo, ele mesmo, um museu de um museu.

A visita termina no exterior, onde está uma das peças mais interessantes do acervo museológico – a carruagem de caminhos-de-ferro que o homem forte da União Soviética utilizava nas suas deslocações. Estaline tinha medo de andar de avião e foi neste veículo que se deslocou à conferência de Ialta e se movimentava amiúde pelo seu império, incluindo nas suas vilegiaturas nas estâncias do Mar Negro.

A carruagem é dotada de todas as comodidades existentes na época, incluindo ar condicionado e uma casa de banho com banheira e chuveiro. Possui uma cozinha e três compartimentos-cama onde pernoitavam Estaline, o seu secretário e o chefe da segurança. Um salão com uma mesa ampla para reuniões e refeições completa o bem aproveitado espaço interior do veículo. Digno de nota, o curioso armário das telecomunicações que condensa a tecnologia mais avançada da época e que permitia ao ditador estar em contacto com todos os pontos do seu império.


INFORMAÇÕES

Guia Prático

Como ir

A Turkish Airlines é a melhor opção para voar para a Geórgia, seguida de muito perto (em termos de preço) pela Lufthansa. Não há voos directos e as tarifas mais baixas podem implicar escalas de quase 24 horas o que, no caso de Istambul, pode não ser um inconveniente se não se tiver pressa.

Nesta altura do ano é possível viajar de Lisboa para Tblissi a partir de 360 euros pela Turkish ou de 420 euros pela Lufthansa.

A Geórgia não exige visto de entrada a cidadãos portugueses.

Dentro do país a mobilidade está assegurada por minibus, que são baratos e muito frequentes. A regra consiste em saber de onde saem e aparecer no local. Quando estiverem cheios, partem. Depois o melhor é confiar em Deus ou na lei das probabilidades e esperar chegar vivo ao destino. A forma como se conduz na Geórgia é assustadora, para mais num país montanhoso e com estradas, por vezes, geladas.

À semelhança de outras antigas repúblicas soviéticas, o sistema ferroviário está degradado (embora sejam visíveis anúncios de grandes investimentos de modernização), mas as viagens são a preços simbólicos. Os comboios são poucos (normalmente há um de manhã e outro à noite para os principais destinos) e maus, mas, ainda assim, podem ser melhor alternativa do que o stress dos minibus.

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