Fugas - Viagens

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    Descobrir a cidade para lá da visão, com os outros sentidos DR
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    Guiados pelo fado Carla Rosado
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    Ou e que tal petiscar a cidade? DR
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    A Lisboa boémia, com o sr. Pessoa na Brasileira Miguel Manso
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    Um passeio por uma Lisboa de fantasmas? DR
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    Uma Movie Tour? Rui Gaudêncio
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    Ou redescobrir os caminhos dos espiões na capital? Rui Gaudêncio

Sete roteiros para descobrir o outro lado de Lisboa

Por Andreia Martins

A cidade dos sentidos e dos espiões, do cinema e da boémia, do fado, dos fantasmas e da gastronomia... Escolhemos sete roteiros para a cidade das sete colinas.

São formas diferentes de dar a conhecer a cidade a turistas e curiosos, mas também oferecem uma nova perspectiva a quem já conhece bem a cidade. "Tours" ou roteiros assumem os mais diversos temas, desde a cultura à história, da gastronomia ao entretenimento.

Paula Teixeira, do Departamento de Acção Cultural da Câmara Municipal de Lisboa, considera que o aumento de oferta de itinerários e roteiros se deve ao crescimento do turismo na cidade: "Lisboa tem vindo a ganhar terreno sobre outras capitais europeias na área das 'city breaks'". Como complemento, surgem estes roteiros, que se tornam numa forma “diferenciada e relativamente económica de conhecer a cidade sem perder muito tempo”.

O director-geral da associação Turismo de Lisboa, Vítor Costa, encontra uma explicação semelhante: "Os passeios temáticos por Lisboa têm crescido por serem uma das melhores formas de conhecer o destino. São direccionados aos que querem conhecer Lisboa de forma criteriosa, personalizada e de acordo com as suas expectativas. Uma opção de viagem bem diferente dos pacotes fechados e padronizados, que tem como base o perfil de cada visitante".

Para ajudar a construir esta ideia de uma Lisboa emblemática que vale a pena visitar ajudou certamente a forte visibilidade que a capital portuguesa tem merecido a nível mundial: "A imprensa internacional tem destacado a cidade, a sua gastronomia e geografia". Não só o turista fica a ganhar porque "não perde tempo à procura de informação ou a visitar lugares que não são do seu interesse", como também quem organiza os roteiros.

Paula Teixeira considera que esta tendência se deve também a condicionantes dos próprios organizadores: "Esta é uma oportunidade de emprego para licenciados em áreas de fraca empregabilidade como a História, História da Arte, Antropologia, Sociologia ou a Literatura. São normalmente jovens e têm da cidade uma visão múltipla e abrangente".

Raquel Policarpo, uma das responsáveis pela Time Travellers, associação cultural que organiza sobretudo roteiros de cariz histórico, destaca que o grande objectivo dos que organiza é sobretudo "levar as pessoas a conhecer e a gostarem de História, desmistificando a ideia de que falar sobre o passado é aborrecido".

Porque estes roteiros não são apenas para quem está de passagem, mas também para quem quer construir visões inovadoras de Lisboa, reunimos alguns percursos que trazem novos elementos à cidade.

1. “Lisboa Sensorial”
Este tour da Lisbon Walker é uma forma de explorar a cidade sem a visão, "que corta normalmente os outros sentidos que habitualmente não exploramos", explica José Antunes, um dos responsáveis por estes roteiros. Por ser um percurso feito de olhos vendados, cada participante é conduzido por um guia. A principal intenção do roteiro não é interpretar o "universo invisual num sentido incapacitante", mas sim sentido "positivo e estimulante", de forma a conhecer mais profundamente os sentidos do olfacto, tacto, gosto e audição. O acompanhante é geralmente feito por um invisual da ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal).
O grupo não poderá exceder os 10 participantes por sessão, pelas questões logísticas de deslocação que envolve e será também acompanhado por um segundo guia, cuja função é contextualizar historicamente os locais pelos quais o tour passa.

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