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  • Em Alfândega da Fé, nas aldeias de Colmeais, Covelas e Vales, três escolas exactamente iguais foram transformadas em alojamentos turísticos - Cabreira
    Em Alfândega da Fé, nas aldeias de Colmeais, Covelas e Vales, três escolas exactamente iguais foram transformadas em alojamentos turísticos - Cabreira DR
  • Em Alfândega da Fé, nas aldeias de Colmeais, Covelas e Vales, três escolas exactamente iguais foram transformadas em alojamentos turísticos - Colmeais
    Em Alfândega da Fé, nas aldeias de Colmeais, Covelas e Vales, três escolas exactamente iguais foram transformadas em alojamentos turísticos - Colmeais DR
  • Ansião: Com 20 escolas fechadas no concelho, o uso turístico de três delas foi inspirado pela localização
    Ansião: Com 20 escolas fechadas no concelho, o uso turístico de três delas foi inspirado pela localização

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Voltámos à escola... para passar férias

Cabeça da Cabra – Casa de Campo
(a 6km de Porto Covo)
Tel.: 966295432

cabecadacabra.com, www.facebook.com/acabecadacabra

 

Cachopo, Tavira: Estas escolas ainda são centros de descoberta

“Vêm ter com a dona Otília? Ela já está lá dentro”. Nestes montes perdidos pelas curvas da Serra do Caldeirão, no interior algarvio, nada passa despercebido aos habitantes que ainda resistem nas pequenas localidades da freguesia de Cachopo, no concelho de Tavira. Por isso, as chaves dos três Centros de Descoberta do Mundo Rural, localizados nos montes de Feiteira, Casas Baixas e Mealha até se encontram escondidas junto à porta das antigas escolas primárias que os albergam.

Otília Cardeira, de 63 anos, é tecedeira, anfitriã local dos centros, dinamizadora cultural de Cachopo e, desde o ano passado, presidente da junta de freguesia. Há 14 anos que é ela quem arruma a casa, prepara camas e recebe os visitantes. Se Otília não estiver disponível, não se preocupe, o esconderijo das chaves é-lhe prontamente revelado. Depois, “todo o material está à disposição dos utilizadores”, basta arrumá-lo à saída, lê-se nos quadros de cortiça afixados em cada sala, por entre fotografias antigas das lides serranas, desenhos deixados pelos visitantes e mapas da zona. Em Feiteira, as regras até se ditam ainda na moeda antiga: “para utilizar as bicicletas tem que pagar uma caução de 2000$”.

As três escolas primárias, construídas na década de 60 e muito semelhantes entre si, foram abandonadas nos anos 1980 devido à falta de crianças e recuperadas vinte anos depois. Em 2000 reabriram como Centros de Descoberta do Mundo Rural, numa parceria entre a autarquia e a associação In Loco. Em todas elas, a única sala de aula foi comprimida em dois quartos (três beliches cada) e uma pequena sala de estar com mesa e cadeiras, uma salamandra e a estante da televisão. Nas traseiras foram acrescentadas as casas de banho. E o antigo alpendre – “onde deixávamos as mochilas, na altura sacos de pano”, conta Otília – foi fechado e transformado em cozinha, por onde se entra. Em cada zona exterior, foi ainda instalado um grelhador, mesas e bancos corridos.

Em Mealha,  as mesas que agora se sentam em redor da escola, com vista desafogada sobre o casario e montes vizinhos, são redondas, inspiradas nas casas circulares de pedra e telhado de colmo que ainda se avistam por aqui. Na parede da cozinha, alguém deixou uma colagem, também ela circular, feita com as plantas encontradas nas redondezas. “Ramos de alfazema, folhas de oliveira, espigas de balancos”, vai identificando Otília.

Os equipamentos são sempre iguais, muito simples e de decoração despojada (a estadia em qualquer um dos centros custa 14€ por noite; 12€ em estadias de mais de três dias, e é possível pedir um pequeno-almoço feito com produtos regionais por mais 3€), pois a ideia é servirem de unidades de apoio à exploração da serra algarvia.

O objectivo é dinamizar este “território extremamente deprimido do ponto de vista social e económico”, defende Artur Gregório, da In Loco. Os albergues permitem estadas mais prolongadas e ao redor de cada um foram criados três percursos pedestres, de diferente extensão e dificuldade, e uma grande rota que une os três centros. Em cada passeio revelam-se as paisagens; as construções rurais (para conhecer as gentes locais, o casario térreo de xisto ou caiado de branco, as casas circulares, os moinhos de vento e as azenhas); ou as Antas da Masmorra e  das Pedras Altas, monumentos megalíticos do IV e III milénios a.C. (localizadas próximo de Mealha). De 19 a 21 de Setembro, os centros vão receber a primeira edição do Toca’Andar (www.tocandar.eu), que contará, além dos trilhos pedestres, passeios de bicicleta, de cavalo e de charrete, ateliers, baptismos de cela, feira rural e um trail, entre outras actividades.
(Mara Gonçalves)

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