Cerveja com História
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Alfândega da Fé e as sete escolas-turismos rurais
Há muitas curvas para chegar a Alfândega da Fé, mas para chegar a Colmeais ainda nos faltam umas poucas, algumas delas repetidas. Na vila faz-se o check-in, mas o corte para Colmeais aparece antes, à vista do Hotel Spa Alfândega da Fé e da sua piscina suspensa. Voltamos para trás, portanto, mas o balanço desta paisagem faz com que não nos importemos. Até porque vamos a Colmeais e não nos ficamos por esta aldeia aos pés da Serra de Bornes – seguimos para Covelas e Vales. Nestas três aldeias, três escolas, exactamente iguais, foram transformadas em alojamentos turísticos que são gémeos.
Poderíamos ter ido ainda a quatro outras aldeias de Alfândega da Fé onde as escolas que foram fechando ao longo do tempo se transformaram em alojamentos turísticos. “São 22 escolas, sete são alojamentos”, contabiliza Vítor Bebiano, da MapAventura, a empresa que passou a geri-los. Antes era uma empresa municipal que o fazia, “com prejuízos”; a MapAventura ganhou a concessão e paga renda ao município.
Colmeais é a aldeia que está mais longe de Alfândega da Fé (15 quilómetros), mas compensa entrar no Vale da Vilariça, desenhando-lhe os contornos à medida que descemos sem tirar os olhos do cenário de montes áridos ou verdes que a esta hora já estão a ficar à sombra. A aldeia é um cotovelo da encosta e continuamos a descer para atravessá-la e chegar a um pequeno promontório – a escola-alojamento tem vista para Colmeais na frente, nas traseiras, onde o antigo telheiro recebe um terraço, afunda-se no vale.
Espreitamos o casario na outra encosta, mas estamos isolados, em silêncio rodeado das árvores (a figueira está carregada) que gerações de professores plantaram no terreno, em dois socalcos, da escola, que tinha duas salas de aula. A entrada de granito, um pouco recuada relativamente à fachada branca principal, está num dos extremos do edifício e abre portas para um T2 amplo (quatro pessoas), com um dos quartos em mezzanine e uma salamandra na sala – o mobiliário é o essencial.
Entre os ocupantes mais recentes da casa, esteve uma família que passou três dias no Hotel Spa e cinco aqui – o melhor de dois mundos, talvez, que na casa é potenciado: a estadia inclui entrada no spa. E aqui, na escola, pode sempre acontecer uma visita dos habitantes da aldeia, que não raras vezes passam para oferecer os seus préstimos. Não surpreende que existam hóspedes regulares nas várias escolas, que aproveitam as estadias para comprar azeite e batatas nas aldeias. E se a calmaria da vida rural se for demasiada, a MapAventura organiza várias actividades (passeios de burro, BTT, canoagem…) e, aqui, na escola de Colmeais, passa o Trilho Vale da Vilariça para caminhantes mais ou menos empenhados.
As restantes escolas disponibilizadas pela MapAventura têm também lotação de quatro pessoas (e preços de 90€ por uma noite, 80€ duas e 75€ três ou mais – menos 10€ na época baixa), excepto a da Gouveia (dois quartos em camarata – 12 pessoas) e a de Sendim da Serra (dois quartos twin, um quarto twin mais beliche – oito pessoas). (Andreia Marques Pereira)