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    Termas de Saarland CHRISTIAN GAHL

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Saarland: capital barroca e florestas encantadas

Um espírito mais livre dominava a capital do Saarland, quem sabe fruto do carácter imigrante da sua população — depois da sua quase razia no século XVII, chegaram “pioneiros” da Baviera, Áustria, Suíça, França. Tal enformou uma relativa diversidade cultural que terá contribuído para o carácter mais aberto da cidade que em 1832 já deu direitos iguais a homens e mulheres. Nessa altura, os protestantes constituíam a maioria da população, que actualmente se assume em 60% como católica. Seguimos para Leste, passando o memorial a Goethe, pelo que se chama o “triângulo invisível” de Saarbrücken, idealizado por Stengel, para encontrarmos os dois outros vértices, o castelo e a basílica.

O casario continua uniformemente cinzento claro e branco, com enormes mansardas. Na Rua Wilhelm-Heinrich (o príncipe que promoveu a “barroquização” da cidade) ainda se encontram casas originais do século XVIII, algumas albergando restaurantes e bares — diz-se que na Alemanha há três pubs para cada mil habitantes, mas em Saarbrücken, garante-nos o guia, Klaus, esse número sobe para quatro e se por enquanto tal parece incongruente perante uma cidade quase vazia veremos mais tarde que apenas andávamos no local errado (e se calhar à hora errada). Num lote simbolicamente vazio, local de uma casa destruída nos bombardeamentos da II Grande Guerra, um “pequeno” milagre: uma planta de “hop”, utilizada no fabrico da cerveja, testemunho da estalagem que aqui existia no século XVIII com cervejaria.

A ruas empedradas começam a estreitar, há muros cobertos de trepadeiras, quando começamos a subir em direcção ao castelo que permanece longe da nossa vista. Uma primeira paragem na Igreja do Castelo, a “vieira” do Caminho de Santiago à porta, originalmente do século XV, destruída e reconstruída com vitrais modernos, que agora alberga um pequeno museu — desde colunas romanas a sarcófagos de condes de Nassau. A subida é agora mais íngreme e chegamos à grande praça sem olhar o castelo — o que nos chama primeiro a atenção é uma antiga cabina telefónica agora transformada em estante-biblioteca: quem quer leva um livro e deixa outro em substituição, funciona apenas na base da confiança e está com as prateleiras completas. Mas o castelo, então, o nosso destino. Também ele barroco, a substituir o antigo renascentista, que tinha substituído o medieval. Não há portanto fossos ou torres (embora se possam visitar, alguns metros enterrados no solo, as casamatas renascentistas construídas nos antigos fossos), há antes uma adição contemporânea de ferro e vidro  bem no centro do edifício em U, que viu uma das alas incendiada pelas forças napoleónicas e outra sede da Gestapo. Onde foram as casas dos guardas, há um monumento de ferro com cascata de água e, por trás, esplanadas de restaurantes sob arvoredo onde o pincel outonal já chega e, sob os nosso pés, um “monumento invisível”: estudantes da Academia de Arte local criaram, em 1993, um memorial à tolerância e aos perigos do racismo, retirando todas as pedras que tecem a praça para inscrever na parte interior destas os nomes de cemitérios judeus alemães e voltando a recolocar tudo (dizem que foi feito numa noite apenas). Do outro lado da praça, ergue-se o palácio do príncipe herdeiro, também construído por Stengel, e no topo oposto ao castelo a antiga Rathaus (câmara municipal) — além dela, ao fundo de telhados, a igreja Ludwig.

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