Fugas - Viagens

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    Pena Miguel Manso
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    Castelo dos Mouros Miguel Manso
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    Sintra, vista do Castelo dos Mouros Miguel Manso
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    Vista do Chalet Saudade Miguel Manso
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    Monserrate Miguel Manso
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    Monserrate Miguel Manso
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    Monserrate Miguel Manso

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Os românticos criaram Sintra e deixaram-nos um 'paraíso glorioso'

Os fetos, por exemplo, vêm da Nova Zelândia e da Austrália, “caríssimos à época”, e até a água é trabalhada para criar efeitos de som, correndo por cascatas que terminam em lagos de nenúfares antes de chegarmos, inesperadamente, ao árido “México”.

Quanto ao palácio, explica o director da Pena e Monserrate, Nunes Pereira, “Cook traz para Sintra um romantismo anterior, o mais velho deles todos, o inglês, onde tudo começou”. Como não tem necessidade da evocação da história portuguesa porque não tem qualquer função de Estado, “constrói uma ilha de romantismo britânico, fazendo uma síntese de referências revivalistas da Inglaterra, com um gótico marcado pela influência veneziana e referências à Índia ou ao Alhambra de Granada”.

Hoje, o palácio — que esteve também em muito mau estado mas está já totalmente recuperado — não tem mobília, embora haja em quase todas as salas fotografias que mostram como era no tempo dos Cook. Mas o exotismo da decoração nas paredes, tectos e chão, os painéis indianos de alabastro de Deli, a graciosa Sala de Música, os azulejos hispano-árabes, as colunas de mármores rosa, o jogo de profundidade do corredor que o atravessa ligando as três torres — tudo isso, mesmo com os espaços vazios de mobiliário, é suficiente para encantar os visitantes, que chegam com os olhos cheios dos lagos ornamentais, dos bambus e camélias, dos caminhos perfumados pelas glicínias e o jasmim, das cascatas artificiais e das criaturas mitológicas que os recebem à entrada do jardim.

Palácio Nacional de Sintra

Se na Pena há dois casais de reis para “acomodar” numa história, no Palácio da Vila nem se conta. “Aqui as coisas complicam-se porque estamos a falar de uma fundação árabe e depois de um palácio que foi habitado durante oito séculos pela família real”, explica Inês Ferro, directora do Palácio Nacional de Sintra e do de Queluz.

“Passa para as mãos de D. Afonso Henriques no ano da conquista de Lisboa, 1147 [os almorávidas que se encontravam no palácio de Sintra rendem-se imediatamente após a queda de Lisboa] e, com um breve interregno, é habitado por todos os reis de Portugal.”

Estando situado no centro da vila de Sintra, tem uma relação com esta que os outros palácios não têm. A directora dá um exemplo: recebeu há uns tempos, das mãos dos herdeiros de um comerciante local, antigo fornecedor da Casa Real, uma recordação curiosa, uma factura, emoldurada, com “contas incobráveis” que vão de 1899 até — note-se a data — ao dia 4 de Outubro de 1910, véspera da revolução republicana que derrubou a monarquia.

Nessa altura, a rainha Maria Pia [mãe de D. Carlos e viúva do rei D. Luís] estava no palácio de Sintra, de onde partiu para o exílio, e, naquela que foi a última encomenda, pediam-se coisas de todos os dias, café, massas, chouriços, batatas.

Mas como se conta, afinal, uma tão longa história? “Tentamos focar mais na história dos séculos XV, XVI e XVIII, porque isso se reflecte também nas colecções, que estão ligadas aos períodos de vivência mais intensa do palácio”, resume Inês Ferro. “D. João I (1385-1433) e D. Manuel I (1495-1521) foram os reis que mais o marcaram, por isso centramo-nos muito no período da expansão, das Descobertas, na ideia do encontro de culturas.”

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