Convento dos Capuchos
Adorar a Deus através da natureza. Era o que pretendiam os frades Capuchos que no século XVI recolheram ao Convento de Santa Cruz da Serra, isolado no meio da floresta e mandado construir pelo conselheiro de Estado D. Álvaro de Castro em cumprimento de uma promessa feita pelo seu pai, D. João de Castro.
O convento, lê-se no mapa disponibilizado na visita, “foi edificado de acordo com uma filosofia de respeito pela harmonia entre a construção humana e a construção divina, razão pela qual o edifício se funde com a natureza, indissociável da vegetação e incorporando na construção enormes fragas de granito”.
Ainda hoje, quem o visita fica impressionado com o tamanho mínimo das celas, pensadas propositadamente para manter os frades em oração. Mas o que é mais interessante quando se olha para os Capuchos pensando em todo o conjunto da Paisagem Cultural de Sintra é perceber que aqui podemos descobrir a antiga floresta da serra — com azevinhos, aveleiras, loureiros, medronheiros, buxos, carrascos, castanheiros — protegida pelos frades durante séculos, até a extinção das ordens religiosas, em 1834, ter deixado o convento vazio.
Alguns anos depois, em 1873, é comprado pela família Cook, proprietária de Monserrate, e em 1949 passa para as mãos do Estado português. Hoje, quando não tem visitantes e regressa à paz para a qual nasceu, continua a ser um local de mistério, de contemplação e de silêncio, onde os homens tentaram chegar mais perto da natureza para se sentirem mais perto de Deus.