Fugas - Viagens

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    Pena Miguel Manso
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    Castelo dos Mouros Miguel Manso
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  • Sintra, vista do Castelo dos Mouros
    Sintra, vista do Castelo dos Mouros Miguel Manso
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    Vista do Chalet Saudade Miguel Manso
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    Monserrate Miguel Manso
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    Monserrate Miguel Manso
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    Monserrate Miguel Manso
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    Monserrate Miguel Manso

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Os românticos criaram Sintra e deixaram-nos um 'paraíso glorioso'

Perante o grande número de visitantes estrangeiros — que constituem perto de 90% do total de visitantes dos Parques de Sintra — é importante “enfatizar como os portugueses souberam fazer muito boas sínteses em termos artísticos, culturais e científicos”.

Para além das peças de porcelana da China, “que foram introduzidas no mercado europeu inicialmente pelos portugueses”, e do mobiliário indo-português, este palácio mostra essa síntese cultural numa extraordinária colecção de azulejos. “Temos aqui a maior colecção in situ de azulejos hispano-mouriscos, que nos permite contar a história desde o alicatado, sucessor do mosaico romano, ainda feito com fragmentos num puzzle cerâmico, que existe na capela e num dos quartos, até aos grandes painéis figurativos do século XVIII.”

A Capela Palatina, fundada por D. Dinis no início do século XIV, é, precisamente, um dos pontos mais interessantes, porque conjuga a evocação do Espírito Santo nos frescos do século XV com elementos decorativos de influência mudéjar no chão e no tecto, sublinhando mais uma vez essa simbiose cultural.

Para que o público, sobretudo o nacional, tenha razões para voltar várias vezes, o Palácio — que se destaca pelos seus magníficos tectos pintados e pelas duas chaminés brancas — tem sido palco de encenações e concertos com música dos séculos que mais marcaram a sua história.

Castelo dos Mouros

Inicialmente construído pelos muçulmanos no século X (e foram entretanto encontrados vestígios pré-históricos neolíticos que mostram que havia ocupação no local muito antes), o Castelo dos Mouros, por estranho que pareça, faz hoje parte da Sintra Romântica.

Depois da conquista de Lisboa pelas tropas cristãs, o castelo foi perdendo importância e acabou por ser abandonado. Foram essas ruínas que, séculos mais tarde, interessaram D. Fernando II. Tal como a Pena foi construída de acordo com os ideais do romantismo, também no arruinado castelo o rei viu o potencial romântico: ruínas a serem devoradas pela vegetação, penhascos, rochedos. Abriu caminhos e tornou-o num espaço de fruição — gostava, aliás, de subir à posteriormente chamada Torre Real, de onde tinha uma vista privilegiada para poder pintar a Pena.

De tal forma o olhou com olhos de romântico que, quando foram descobertas uma série de ossadas, o rei pensou tratar-se dos restos mortais, já misturados, de cristãos e mouros que ali teriam travado uma batalha. Mandou construir um túmulo em homenagem a estes soldados desconhecidos, juntando os ossos, num gesto simbólico. Acontece que não há registo de qualquer batalha neste castelo, que foi abandonado sem resistência depois de ter chegado a notícia da conquista de Lisboa, pelo que os ossos deveriam ser do cemitério cristão ali existente junto à Igreja de São Pedro de Canaferrim, do século XII.

Já no século XX, o castelo sofreu intervenções da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e diversas escavações revelaram a existência de uma necrópole medieval cristã e de um bairro medieval islâmico. Recentemente, com a recuperação da Villa Sassetti, adquirida pelos Parques de Sintra em 2011, é possível fazer-se um percurso pedestre que liga a o centro histórico ao castelo e à Pena. 

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