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Os românticos criaram Sintra e deixaram-nos um 'paraíso glorioso'

Por Alexandra Prado Coelho

Há 20 anos, a UNESCO reconheceu que Sintra representa uma paisagem única. Por entre penhascos agrestes, os românticos criaram no século XIX um mundo meio irreal, recuperando ruínas de castelos, erguendo palácios exóticos e trazendo cactos do México e camélias do Japão. Que história(s) nos conta hoje Sintra?

Sabemos que quando Lord Byron chegou a Sintra ficou deslumbrado. No poema Childe Harold’s Pilgrimage, parte do qual terá sido escrito no histórico Hotel Lawrence, chamou-lhe “paraíso glorioso” e, até hoje, a expressão continua a ser usada. Mas a Sintra que Byron viu não é a que nós conhecemos e a que foi — faz amanhã precisamente vinte anos — reconhecida como Paisagem Cultural na lista do Património da Humanidade da UNESCO.

“Quando Byron vem a Portugal no início do século XIX e, tal como todos os outros antes dele, se deixa levar por este encanto avassalador que Sintra sempre teve, ele não viu o que estamos a ver”, explica António Nunes Pereira, director do Palácio Nacional da Pena e do Palácio de Monserrate. “O que nós vemos é o produto da transformação paisagística que acontece a partir de 1838 quando D. Fernando II compra o antigo mosteiro da Pena e o transforma numa residência, transformando também a paisagem à volta.”

Alguns anos depois, é um inglês, Francis Cook, quem vai comprar Monserrate e iniciar também essa transformação. A Sintra Romântica — uma paisagem cultural construída — nasce nessa altura. “O que Byron viu foi uma paisagem que se aproximaria muito mais do que temos na Peninha, mais agreste, muito mais despida de árvores, com outro tipo de espécies e muito mais rarefeitas.” A Sintra de hoje começa, portanto, com D. Fernando II e com Francis Cook. Dois homens que estão, sublinha Nunes Pereira, “no final de uma longa história mas no princípio da que nós aqui contamos”.

Desde que, na sequência da classificação pela UNESCO em 1995, no ano 2000 a empresa de capitais públicos Parques de Sintra – Monte da Lua assumiu a gestão deste património que procura contar esta história a todos quantos visitam os seus monumentos, palácios e parques — e foram já mais de dois milhões este ano.

Comecemos então a visita pelo mais romântico de todos os palácios: a Pena.

Palácio e Parque da Pena

A Pena é, diz o seu director, “a primeira grande evocação da História portuguesa”. É verdade que é outro palácio, o da Vila, no centro de Sintra, que carrega um peso secular que começa com a presença muçulmana e atravessa toda a monarquia portuguesa. “A História está na vila”, reconhece Nunes Pereira, “mas a evocação dessa mesma História está lá em cima, na Pena”, nesse excêntrico palácio de mil formas e cores que se ergue, majestoso, no topo dos penhascos.

D. Fernando II nasce em Viena como Saxe-Coburgo-Gota-Koháry e torna-se rei de Portugal pelo seu casamento com D. Maria II. “É um rapaz alto e louro que chega ao nosso país com 19 anos e tem uma grande necessidade de se afirmar como legítimo rei de Portugal, mesmo que consorte. Por isso, o que faz é agarrar-se à figura de D. Manuel I, para, com a Pena, mostrar ao mundo que está à altura da herança da nação portuguesa.”

Em 1838 compra o mosteiro de São Jerónimo, doado a esta Ordem por D. Manuel I e devoluto após a extinção das ordens religiosas, e nos anos seguintes começa a sua recuperação, assim como a construção do Palácio Novo. Não há dúvida, prossegue o director, que “é uma herança germânica que o leva a construir a Pena a partir dessa ideia de um palácio no topo da montanha, rodeado por uma paisagem”.

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