mais Fugas | França
IRLANDA | Dublin
Foi há 100 anos que, nas palavras de William Buttler Yeats, o poeta mais dado a misticismos e a magias do que a política mas que escreveu um dos poemas mais políticos do século XX, “tudo mudou, tudo mudou completamente,/ uma terrível beleza nasceu”. A chamada Easter Rising, a Revolta da Páscoa, pode ter terminado em tragédia para os que declararam a independência da Irlanda naqueles seis dias de insurreição, a mais importante contra o domínio britânico desde 1798, mas constituiu o ponto do não retorno: a Irlanda seria uma república independente. Há um século os revoltosos caíram na luta ou nas prisões inglesas, em 2016 a Irlanda, e muito particularmente Dublin, onde se concentraram os confrontos, vão cair nas celebrações — ajudadas pela recuperação da recente crise, que voltou a mergulhar o país na incerteza económica.
Se há cem anos, no domingo de Páscoa de 1916, os primeiros tiros foram disparados, às 13h15, em 2016, no mesmo dia, à mesma hora, haverá uma cerimónia de colocação de grinaldas em pontos estratégicos de Dublin, a começar pelo castelo. Durante o fim-de-semana da Páscoa serão várias as cerimónias que homenagearão os que morreram durante a revolta (e seus descendentes) e haverá também um desfile na O’Connell Street, ponto fulcral da rebelião. Na mesma altura, o General Post Office, quartel-general dos rebeldes e onde pela primeira vez se desfraldou a bandeira da república, vai inaugurar um Centro de Visitantes para o Centenário da Revolta da Páscoa. Este será o primeiro acto de um ano com muita música, teatro, recriações históricas, exposições que querem reflectir sobre os últimos cem anos e abrir as portas dos próximos.
mais Fugas | Irlanda
BRASIL | Rio de Janeiro
O Rio é uma festa, mas em 2016 pode ser demasiada — a festa dizemos, as multidões, portanto. Os Jogos Olímpicos, em Agosto, prometem tornar a cidade num Carnaval fora de tempo, e se já é difícil visitar o Rio de Janeiro em “época baixa”, não vai ser tarefa simples circular nesses dias. Contudo, cidade maravilhosa é cidade maravilhosa e por que não vê-la (ainda) mais engalanada (e com uma agenda preenchidíssima de festas nas praias) e, espera-se, com a circulação rodoviária mais normalizada? Pois alinhem-se itinerários pelas praias (incontornáveis Copacabana, Leblon, Barra da Tijuca), passeie-se pelo Jardim Botânico e pelo Parque Nacional da Tijuca, caia-se na “balada” na Lapa, visite-se o centro histórico e suba-se às alturas do Corcovado, do Pão de Açúcar e Morro do Leme olhando atentamente para descobrir prainhas (mais) escondidas pela geografia sinuosa da cidade — e não esquecer de beber um “chopinho” ou uma água de coco nas muitas esplanadas onde a cidade gosta de se exibir no seu gingar natural.
No entanto, entre as muitas coisas maravilhosas que o Rio de Janeiro tem, é o rápido acesso a outros “mundos”. E quando o desporto olímpico for demasiado, nada como escapadas curtas para perceber que não é apenas a cidade carioca que encerra jóias imperdíveis. A Costa Verde de Angra dos Reis (e das suas 365 ilhas) e da histórica (e literária) Paraty, a região dos lagos da muito conhecida Búzios e da mais escondida Arraial do Cabo, a região serrana da imperial Petrópolis e do charme natural de Itaipava são os destinos mais naturais para as “fugas” dos cariocas.