Perfeito, portanto, para as actividades ao ar livre que são o modo de vida na ilha. Para os turistas, essas vão da terra ao mar e sobem aos céus (viagens de helicóptero). No oceano, os mergulhadores mais experientes têm oportunidade de mergulhar até ao HMAS Yongala, que constitui um dos cinco melhores locais de naufrágio para mergulho do mundo, e os principiantes encontram na águas serenas e baixas em torno da ilha um palco para snorkelling (passeios de caiaque são também muito populares). Em terra, há 24 quilómetros de trilhos a sulcar a ilha, cruzando lagoas e cascatas de sonho, permitindo desvendar o passado aborígene de milhares de anos em desenhos em grutas ou ferramentas de pedra ou o mais recente com fortes históricos, e ter encontros imediatos, mais ou menos inesperados: com os koalas são quase inescapáveis (há 800 e constituem, dizem os especialistas, uma das colónias mais acessíveis e amigáveis do país), mas há também rock wallabies (um marsupial) e gambás, por exemplo; as espécies de aves são abundantes e as tartarugas gigantes fazem ninho nas praias durante o Verão. A maioria das praias são desertas mas, uma vez por mês, pelo menos, a ilha agita-se com a Full Moon Party (festa da lua cheia).
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Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha
Napoleão foi, indiscutivelmente, o mais célebre habitante desta remota ilha do Atlântico Sul (mais ou menos a meio caminho entre África e América do Sul, é considerada parte da primeira). Um habitante à força, claro, enviado para o exílio depois da derrota final em Waterloo. Actualmente, o seu habitante mais conhecido será provavelmente Jonathan, a tartaruga gigante que terá mais de 175 anos (e será a mais velha do mundo), ou seja, que terá nascido poucos anos depois da passagem do imperador francês, que aqui morreu em 1821 e aqui esteve enterrado até à sua trasladação para França, em 1840. Jonathan continua a viver nos jardins da Casa da Plantação, a residência oficial do governador da ilha que faz parte do território britânico ultramarino de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha; a memória de Napoleão Bonaparte vive nas suas antigas propriedades, actualmente detidas pelo estado francês, de Longwood House, Briars Pavillion (uma sala apenas) e no seu túmulo original (todas as visitas necessitam de marcação antecipada).
Contudo, o que faz esta ilha um destino a reter para 2016 é o fim do seu “isolamento”: até agora, a única maneira de chegar a Santa Helena era através de barco (está a 3100 quilómetros da Cidade do Cabo), porém o próximo ano verá a abertura do primeiro aeroporto, 501 anos depois do registo do primeiro habitante — um português, de seu nome Fernão Lopes, que, tendo traído Afonso de Albuquerque, foi mutilado, e preferiu ficar em exílio solitário do que regressar a Portugal (haveria de voltar à Metrópole, mas apenas brevemente, tendo morrido em Santa Helena). Depois da descoberta portuguesa, a ilha foi holandesa até ser integrada na Companhia Britânica das Índias Orientais, permanecendo britânica até hoje. O seu isolamento trouxe à ilha bastante astrónomos, entre os quais Halley, e até Charles Darwin, que a descreveu como “um pequeno mundo por si só, que excita a nossa curiosidade”. No Diana’s Peak National Park, a natureza intocada da ilha exibe-se em todo o seu esplendor com 45 plantas e 400 invertebrados que só aqui existem, por exemplo, entre as muitas espécies nativas da ilha.