EMIRADOS ÁRABES UNIDOS | Abu Dhabi
Não é de agora: mesmo quando o Dubai era a última “maravilha” do mundo do mais-melhor-maior (e mais ostentoso, claro), já se ouviam rumores que diziam que Abu Dhabi é que era — apanhava-se a auto-estrada que atravessa o deserto e horas depois estaríamos num mundo (ainda) mais sumptuoso, mais dourado. Os vizinhos dos Emirados Árabes Unidos aprenderam pela mesma cartilha para colocarem duas cidades que até há poucas décadas não eram mais do que vilas de casas de adobe, entrepostos comerciais, portos piscatórios, na boca do mundo pelas excentricidades que lhes compõem o rosto mais visível — um jogo de espelhos que esconde o (quase) invisível: por exemplo, os pré-fabricados decadentes onde vive a mão-de-obra, imigrante e precária, que constrói os delírios faraónicos.
Um desses “delírios” custou mil milhões de euros só pelo nome e empréstimos — não um qualquer: Louvre, catedral da arte acumulada em milénios de história. Pela primeira vez, o museu parisiense empresta o nome a um novo projecto e já começou o vaivém de obras de arte de Paris para a “ilha da felicidade”, Saadiyat, onde o “novo” Louvre abrirá no final de 2016, depois de alguns atrasos. Desta ilha, Abu Dhabi tenciona fazer, entre várias coisas (zona comercial, residencial, de escritórios e hotéis), um bairro cultural e alinhados já estão o Guggenheim Abu Dhabi (obra de Frank Gehry), o Museu Nacional Sheikh Zayed (pelo gabinete de Norman Foster) e um Centro de Artes Performativas (por Zaha Hadid). Nomes de peso, para projectos que querem colocar definitivamente Abu Dhabi nas rotas culturais mundiais.
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