Seja para usufruir da natureza, para caminhar pela capital Jamestown — descrita como uma pequena vila rural inglesa mas com a mais antiga igreja anglicana de África, por exemplo, e um castelo —, para descobrir fortes e outros monumentos militares, cemitérios centenários, restos de naufrágios que contam histórias de corsários (não foram poucos os piratas que por aqui passaram), destilarias, cascatas em forma de coração, observar a tordeira-do-mar, a única ave endémica que chegou até hoje, Santa Helena está agora, para o bem e para o mal, mais próxima do mundo.
CHINA | Xangai
A cidade de Xangai construiu nos últimos 20 anos uma reputação: a de ser a cidade chinesa mais voltada para o futuro, uma espécie de laboratório arquitectónico e de tendências, um centro comercial gigantesco — uma cidade moderna e cosmopolita. O seu skyline não se tem poupado a provar a sua apetência pela arquitectura grandiosa, com colossos a preenchê-lo (desde a torre de televisão Oriental Pearl, o World Financial Tower ou a Jin Mao Tower, que mistura elementos tradicionais chineses com os mais modernos estilos arquitectónicos actuais e é o quarto edifício mais alto do mundo) sem que tal, porém, tenha destruído a herança do passado, nomeadamente dos anos 20, que aqui também foram loucos, e deixaram um rasto de edifícios art déco. Os seus centros comerciais são míticos — e entre originais e imitações é possível comprar tudo aqui.
E agora Xangai está a voltar-se para a cultura, investindo na construção de museus de arte contemporânea de qualidade mundial, como o Yuz (da fundação sino-indonésia do mesmo nome), instalado num antigo hangar de aeroporto, o Power Station of Art, uma antiga estação eléctrica localizada nos terrenos da Expo 2010 e que é o primeiro museu de arte contemporânea estatal na China, ou o Liuli (da antiga palavra chinesa que significa “arte do vidro”), que apresenta peças desde a dinastia Qing mas não deixa os trabalhos contemporâneos de fora.
Este ano, a arte contemporânea vai ter concorrência de peso na forma de cultura popular: o sexto parque com a assinatura Disney fora dos Estados Unidos vai abrir e promete ser maior e mais arrojado do que qualquer outro. Por exemplo, o icónico castelo será o maior de todos e terá direito a uma viagem de comboio; entre as “terras” temáticas haverá a primeira dedicada aos piratas (partindo do imaginário de Os Piratas das Caraíbas); e na Tomorrowland vão juntar-se elementos de Toy Story e Tron, de Star Wars e da Marvel.
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BOTSWANA
Não é o país mais óbvio para quem quer conhecer as maravilhas de África, mas pode ser que essa condição mude em 2016, o ano em que o Botswana celebra os 50 anos de independência. Uma independência, diga-se, das mais bem-sucedidas no continente, com uma democracia estável, uma corrupção baixa e um nível sócio-económico que tem crescido de forma sustentada. Tudo isto num país que, apesar de situado num continente onde a natureza é pouco avara em maravilhas, consegue também surpreender, precisamente, pelas suas maravilhas naturais. Uma delas é o Delta do Okavango, um dos maiores deltas interiores do mundo (250 por 150 quilómetros), onde o rio Okavango, que nasce em Angola e passa pela Namíbia antes de chegar ao Botswana, se evapora ao encontrar o deserto do Kalahari. Antes, claro, o delta onde a vida selvagem é um milagre de diversidade. Não só se encontram os “Big Five” dos safaris africanos (elefantes, leões, búfalos, leopardos e rinocerontes), como chitas, hienas, antílopes, crocodilos do Nilo, zebras... As espécies de aves são mais de 400, os peixes 71 e os papiros constituem grande parte da vegetação — a distinção, em 2014, como Património Natural da UNESCO não surpreende e para percorrê-lo vai-se de mokoro, uma canoa tradicional. Mas esta é apenas uma parte de um país onde 17% da área pertence a parques nacionais — ao Savuti-Chobe, uma espécie de mini-Serengueti, às Salinas de Makgadikgadi, com as suas suricatas, e até a parques transfronteiriços como o Kavango-Zambezi (onde se encontram cinco países: além do Botswana, Angola, Namíbia, Zâmbia e Zimbabué) e o Kgalagadi (com a África do Sul).