Fugas - Viagens

  • O castelo
superior de Siegen, que alberga
o Siegerlandmuseum, onde
se destaca a Galeria de Rubens,
com dez quadros do artista que
nasceu na cidade
    O castelo superior de Siegen, que alberga o Siegerlandmuseum, onde se destaca a Galeria de Rubens, com dez quadros do artista que nasceu na cidade KLAUS-PETER KAPPEST
  • A floresta ondulante vista
do topo do castelo de Ginsburg
    A floresta ondulante vista do topo do castelo de Ginsburg KLAUS-PETER KAPPEST
  • Jardins do castelo
de Siegen, palco de eventos
culturais nos meses de Verão
    Jardins do castelo de Siegen, palco de eventos culturais nos meses de Verão KLAUS-PETER KAPPEST
  • No topo da Nikolaikirche,
ergue-se o símbolo de Siegen,
a coroa dos príncipes de Nassau
    No topo da Nikolaikirche, ergue-se o símbolo de Siegen, a coroa dos príncipes de Nassau KLAUS-PETER KAPPEST
  • A arquitectura
em enxaimel é
uma das imagens
mais pitorescas da
região de Siegen-
Wittgenstein — os
telhados de xisto
acompanham
ruas de
empedrados
desequilibrados
    A arquitectura em enxaimel é uma das imagens mais pitorescas da região de Siegen- Wittgenstein — os telhados de xisto acompanham ruas de empedrados desequilibrados KLAUS-PETER KAPPEST
  • A arquitectura
em enxaimel é
uma das imagens
mais pitorescas da
região de Siegen-
Wittgenstein — os
telhados de xisto
acompanham
ruas de
empedrados
desequilibrados
    A arquitectura em enxaimel é uma das imagens mais pitorescas da região de Siegen- Wittgenstein — os telhados de xisto acompanham ruas de empedrados desequilibrados KLAUS-PETER KAPPEST
  • Vivem aqui 24 bisontes-
-europeus, no que é um
dos poucos projectos de
recuperação do maior
mamífero do continente
    Vivem aqui 24 bisontes- -europeus, no que é um dos poucos projectos de recuperação do maior mamífero do continente KLAUS-PETER KAPPEST
  • Depois de séculos de abandono,
uma das torres do castelo de
Ginsburg foi reconstruída em
1968 e conta a história do “pai”
da Holanda moderna
    Depois de séculos de abandono, uma das torres do castelo de Ginsburg foi reconstruída em 1968 e conta a história do “pai” da Holanda moderna KLAUS-PETER KAPPEST

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O charme discreto de uma Alemanha rural

Se as minas não são perceptíveis do nosso ponto de observação, são-no as florestas que também estiveram associadas à actividade de mineração. Nos tempos mais antigos, conta Birgitte, a produção do carvão era essencial para derreter o ferro e então a floresta era um bem imprescindível. “Era cortada a cada 18 anos e os troncos tinham a medida exacta necessária para a produção do carvão. Os ramos eram poupados para as padarias”, explica. Por isso, foi criada uma cooperativa, a autoridade máxima para manter a sustentabilidade da floresta, decidindo o que se podia cortar de modo a assegurar a sua manutenção para as gerações futuras, continua. “Actualmente, viraram as costas e estamos a viver à custa das gerações futuras”, conclui — e onde já ouvimos isto?

Gerações futuras

Não distinguimos as minas na paisagem, porém distinguimos o complexo da universidade. Em Siegen formam-se gerações futuras: 20 mil estudantes fazem dela uma cidade universitária, com pendor para a formação técnica e económica. É difícil percebê-lo numa passagem rápida. Nem no centro, e voltamos à praça do mercado quando o dia está a dar os últimos suspiros de luz, vimos movimento que nos fizesse remotamente imaginar que estamos em cidade povoada de estudantes. Ou, sequer, com cem mil habitantes. Este é o centro da cidade desde a sua fundação, numa altura em que a governação estava dividida entre os condes de Nassau e o arcebispado de Colónia. Aqui ergue-se a igreja de São Nicolau, com a sua torre debruada a laranja, e o Altstadtisches Rathaus, o edifício da câmara municipal, também ele de origem medieval mas com fachada oitocentista em estilo Tudor-gótico (reconstruída após a última guerra mundial). Em finais de Outubro já se começam a erguer as barracas para o mercado de Natal (que, entretanto, já veio e foi), à sombra do carvalho oferecido por Bismarck, o obreiro da unificação alemã, em torno da estátua Germania, monumento dedicado aos cidadãos de Siegen que morreram em diversas guerras no século XIX. Uma longa escadaria leva-nos à parte inferior da praça, onde uma obra de arte abstracta com várias traves pintadas dispostas em círculo é, afinal, um simulacro da coroa-símbolo da cidade (que a tutela no alto da torre) e em tempo de calor também é fonte. É um cenário pitoresco, próprio de uma cidade pequena, mas “é demasiado doloroso vir aqui, não há estacionamento”, afirma Birgitte. E tão-pouco há motivos. “Temos um problema aqui no centro da cidade, as lojas estão a fechar porque abriu um centro comercial à beira da estação de comboios.” Antes havia um grande armazém, à maneira francesa (as department stores inglesas), contudo o primeiro andar transformou-se numa biblioteca e o rés-do-chão num supermercado e mais umas poucas lojas avulsas.

Talvez este cenário mude quando o “castelo inferior”, também conhecido como “castelo holandês”, receber um pólo da universidade, o que está previsto para este ano. Não chegamos a visitar o complexo com três alas construído entre 1695 e 1720 e que tem espaço reservado à cripta real da linhagem protestante dos Nassau. No mesmo conjunto, construiu-se em 1959 um memorial às vítimas da guerra e da tirania, a dicker turm, “torre gorda”. De fora ficou também o Museu de Arte Contemporânea, que, além de exposições temporais, tem como mostra permanente a colecção Lambrecht-Schadeberg, que reúne diversas obras dos vencedores do Prémio Rubens, entre pintura, desenho, escultura e fotografia.

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