Fugas - Viagens

  • Nelson Garrido
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Wroclaw, 70 anos à procura de uma identidade europeia

Uma capital europeia de cultura em sete momentos

A Capital Europeia de Cultura 2016 tem programados 400 projectos e mil iniciativas de literatura, arquitectura, teatro, artes visuais, cinema, música, performance.

Sonoridades
Um conjunto de esculturas de Eduardo Chillida é mostrado na galeria BWA Avant-Garde. As obras estão expostas num cenário construído na forma de dois corredores negros, para potenciar o efeito do abstracto com as duas peças de música contemporânea compostas propositadamente. O artista basco foi escolhido porque Wroclaw quis ser uma cidade em diálogo com a outra capital europeia de cultura, San Sebastián, onde nasceu o artista plástico basco. A exposição pode ver-se até 13 de Março.

Made in Europa
Uma mostra de todos os galardoados e finalistas do Prémio Europeu de Arquitectura Mies van der Rohe, de 1988 a 2013, e exposição sobre o concurso de 2015, ganho pelo estúdio de arquitectura Barozzi Veiga (espanhol) por um projecto construído na Polónia, a sede da filarmónica de Szczecin. No Museu de Arquitectura de Wroclaw, de 16 de Fevereiro a 27 de Março.

60 anos de música
Ao Millenium Hall chega a tournée mundial com que Ennio Morricone está a celebrar a sua carreira de compositor, sobretudo ao serviço do cinema. Ele que acaba de ganhar um Globo de Ouro pela banda sonora de Os oito odiados, de Quentin Tarantino. Morricone estará a dirigir a orquestra e o coro, no dia 23 de Fevereiro.

Mundo sem Liberdade
Um ciclo de cinema abordando a temática da ditadura e do totalitarismo. No cinema Novos Horizontes, de 11 a 20 de Março. No mesmo local, entre Março e Novembro, serão exibidos documentários que mostram a cidade ao longo da História num outro ciclo chamado Fotogramas de Wroclaw. Ainda no mês de Março poderá ser visto um conjunto de filmes sobre a história do sindicato Solidariedade. A língua poderá ser um obstáculo (estão previstas legendas em algumas obras), mas há imagens que valem por si.

7 Maravilhas de Wroclaw e da Baixa Silésia
Uma exposição no belíssimo edifício da antiga câmara municipal vai mostrar o melhor da cidade e da região na paisagem, na língua, na arte, na ciência, na arquitectura e na religião. Lá estará a ilha das catedrais (que também se deve ir ver ao vivo e a pé); lá se explicará como a Silésia foi, em tempos, uma Babel linguística (o escritor Marek Krajewski é um dos que vai ler excertos de livros históricos); lá se mostrarão obras perdidas ou roubadas na II Guerra Mundial; lá se explicará como ali existia um “lugar de encontros” (foi como João Paulo II, o Papa polaco, chamou a Wroclaw) de polacos, judeus, alemães e checos que é preciso recuperar. De 3 de Fevereiro a 15 de Maio.

Flow
É um espectáculo de rua, que vai ter lugar nas margens do rio Oder, e que evocará a destruição e reconstrução da cidade no século XX. É um projecto do director artístico Chris Baldwin, que quer envolver nesta encenação com múltiplas performences a população da cidade, mas também o rio, os parques, as pontes. Dia 11 de Junho.

The World as a Place of Truth
Wroclaw recebe a sétima edição do Theatre Olympics, que se realiza de quatro em quatro anos em cidades diferentes. A edição deste ano vai explorar o tema O mundo é um lugar de verdade — uma frase que foi usada pelo Instituto Grotowski para promover o teatro — e no festival vão estar Tadashi Suzuki, Robert Wilson, Wole Soyinka, Peter Brook, Eugenio Barba e Romeo Castellucci. De 14 de Outubro a 12 de Novembro no Teatro Olympics.

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