Fugas - Viagens

  • Paulo Pimenta
  • Carla Tomás
  • Nelson Garrido
  • Paulo Pimenta
  • Fernando Veludo/nFactos
  • Enric Vives-Rubio
  • Fernando Veludo/nFactos
  • Fernando Veludo/nFactos
  • Viagem Medieval
em Terra de Santa Maria
    Viagem Medieval em Terra de Santa Maria Manuel Roberto
  • Viagem Medieval
em Terra de Santa Maria
    Viagem Medieval em Terra de Santa Maria Paulo Pimenta
  • Fernando Veludo/nFactos

Continuação: página 5 de 8

No Verão a Idade Média é uma festa

Na Feira, a Viagem Medieval

Há um regresso ao passado da própria Viagem Medieval em Terra de Santa Maria nesta sua 20ª edição: um regresso ao reinado de D. Dinis, que protagonizou a segunda, em 1997 e a 12ª. Depois de um primeiro ano mais “generalista” em que se pretendeu recriar a feira do século XIII que acabou por dar nome à localidade, Santa Maria da Feira (mas nunca deu ao evento – “foi sempre ‘viagem’ porque fazemos uma viagem no tempo”, esclarece o administrador da empresa municipal Feira Viva Paulo Sérgio Pais, habituado à permanente confusão), o segundo ano celebrou o monarca que confirmou a feira franca nestas terras, sua propriedade (depois do casamento doadas à mulher, a rainha Santa Isabel), aos seis dias do mês de Setembro e com duração de dois dias. 

Assim se fez nesse ano: nos dias 6 e 7 de Setembro, a praça de armas do castelo de Santa Maria da Feira foi o final de um cortejo com os vários produtos que foram depois aí vendidos, banquete, bobos, malabaristas, ciganos, mendigos, sarau, torneio, bailarico; de 11 dos 13 concelhos das antigas Terras de Santa Maria vieram 280 figurantes, não há números de visitantes. A partir da próxima quarta-feira, 27 de Julho, D. Dinis e D. Isabel regressarão a Terra de Santa Maria, mas tudo o resto está a “séculos” de distância. Vejam-se alguns números: 12 dias de animação e recriações históricas, que se espalham por 33 hectares com 28 áreas temáticas; 23 tabernas e oito restaurantes; 60 grupos de animação, 240 artesãos, mercadores e regatões, 350 voluntários, 1500 performances de animação circulante e 16 espectáculos inéditos (260 apresentações); um total de duas mil pessoas a trabalhar diariamente. É, seguramente, a maior recriação histórica da Península Ibérica, há quem se atreva a afirmar que é a maior da Europa. Quanto viajou a Viagem Medieval para aqui chegar? 

Voltamos ao início, improvável, a esse ano de 1996 quando duas alunas de mestrado em Turismo na Universidade de Aveiro tiveram a ideia de fazer um mercado medieval em Santa Maria da Feira como projecto final. “Procuraram uma entidade-suporte da iniciativa e chegaram à federação”, recorda o presidente da Federação das Colectividades de Cultura e Recreio do Concelho de Santa Maria da Feira (Fecofeira). 

Joaquim Tavares, que na altura ainda não ocupava o cargo mas acompanhou todo o processo. Para a Fecofeira esta foi a oportunidade, explica, de “criar um grande evento de recriação histórica no concelho onde as associações tivessem um papel predominante”. Assim foi nas três primeiras edições, em 1996, 97 e 99 – o interregno em 1998 deveu-se “a questões de ordem financeira” – até que em 2000 a conjuntura foi a ideal para dar o passo seguinte: começar o envolvimento da população e “das forças vivas do concelho, tanto a nível de autarquia como de instituições privadas”. Joaquim Tavares assumiu a presidência neste momento-chave em que Santa Maria da Feira recebeu uma cimeira de chefes de Estado da União Europeia (UE), no âmbito da presidência portuguesa da UE. “Sabíamos que ia ter grande impacto, nacional e internacionalmente.” A câmara municipal assumiu-se como parceira da organização, a viagem transpôs as muralhas do castelo, chegou ao centro histórico da cidade e passou a durar 10 dias. 

--%>