Fugas - Viagens

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    Viagem Medieval em Terra de Santa Maria Manuel Roberto
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em Terra de Santa Maria
    Viagem Medieval em Terra de Santa Maria Paulo Pimenta
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No Verão a Idade Média é uma festa

Se até aqui a animação era providenciada pelas associações locais com “algumas excepções”, a filosofia muda, assume Joaquim Tavares. “Fomos buscar o melhor do país e da Europa e durante cinco anos, mais ou menos, tivemos uma grande componente de grupos [animação e artesãos] estrangeiros.” A câmara, entretanto, passa as suas transferências para a empresa municipal Feira Viva, e começa a grande aposta que acaba por marcar o resto da vida da Viagem Medieval: a formação de grupos locais que visava, a médio prazo, assegurar a animação – uma estratégia de sustentabilidade. 

Durante algum tempo, reconhece Joaquim Tavares uma das grandes críticas que se ouvia era que “havia muitos espanhóis e italianos”. Contudo, ao longo dos anos, houve um turn-over quase completo, explica Paulo Sérgio Pais: os grupos estrangeiros não deixaram de vir, mas, desde há alguns anos, cerca de 80 por cento da animação é, outra vez, garantida por grupos locais. Agora com outro nível de qualidade – e até profissionalização. Afinal, repete Joaquim Tavares, “o nosso ponto de honra sempre foi fazer o melhor que se faz na Europa”. E isso foi conseguido, inclusive aproveitando a presença dos grupos estrangeiros para a realização de “workshops de todos os níveis: teatro, dança, música, arte circense”. 

Esta foi a evolução logística da Viagem Medieval, no entanto, em termos artísticos também foram sendo superadas etapas. “Um dos momentos mais significativos”, assinala Paulo Sérgio Pais, foi “o salto para o grande formato”. Começou em 2009, com o Assalto ao Castro, e este ano vai duplicar o número desses espectáculos, serão quatro “todos para públicos diferentes e com conceitos diferentes”. Antes, já havia ocorrido “uma das mudanças mais relevantes”. “A viagem andou oito ou nove anos sem grandes referências históricas, sem contextualização, até que em 2010 decidimos começar com a fundação da nacionalidade e seguir a cronologia”, aponta, “foi uma vantagem brutal”. Agora, “todos os anos há novos conteúdos, todos os espectáculos são novos”. Será assim até a Viagem Medieval chegar ao ano 1500. “Nunca sairá do registo medieval”, sublinha Paulo Sérgio Pais, “depois voltaremos ao início”. E será sempre “viagem” e não “feira”.

As viagens desejadas

Voltará a fundação, a sucessão de monarcas e o “ângulo nacional”, o “maior”, que poderá, em algum reinado, “ter âncora territorial”. Na verdade, assume Paulo Sérgio Pais, o que o “fascina” é o seu território e, sabendo que não é possível “ter viagem todos os dias”, crê que “é possível que a Viagem tenha mais presença efectiva durante todo o ano a alimentar o seu diferencial”. “Para que tenha mais benefícios no meu território.” Na sua opinião, a viagem teria duas possibilidades: crescer para cima, que é como quem diz, fazer-se durante mais dias, ou para o lado, com apontamentos ao longo do ano. “Mais viagem dentro da viagem é difícil, seria brutal para os moradores”, reconhece; ter uma rua, como aquela em que estamos, em pleno centro histórico, “mais homogénea [medieval] durante todo o ano” é outra das ideias que lhe dançam na cabeça, “mas isso depende da convergência de muitas vontades diferentes”. 

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