Fugas - Viagens

  • Ponte 25 de Abril, Lisboa, Portugal
    Ponte 25 de Abril, Lisboa, Portugal Enric Vives-Rubio
  • Tower Bridge, Londres, Reino Unido
    Tower Bridge, Londres, Reino Unido Neil Hall/Reuters
  • Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil
    Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil Ueslei Marcelino/Reuters
  • Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil
    Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil Ueslei Marcelino/Reuters
  • Ponte Vecchio, Florença, Itália
    Ponte Vecchio, Florença, Itália Tony Gentile/Reuters
  • Ponte de Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos
    Ponte de Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos Carlo Allegri/Reuters
  • Si-o-Seh, Isfahan, Irão
    Si-o-Seh, Isfahan, Irão Sousa Ribeiro
  • Harbour Bridge, Sydney, Austrália
    Harbour Bridge, Sydney, Austrália Daniel Munoz/Reuters
  • Seri Wawasan, Putrajaya, Malásia
    Seri Wawasan, Putrajaya, Malásia Bazuki Muhammad/Reuters
  • U Bein, Amarapura, Birmânia
    U Bein, Amarapura, Birmânia Jorge Silva/Reuters
  • U Bein, Amarapura, Birmânia
    U Bein, Amarapura, Birmânia Sstringer/Reuters

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O mundo está cheio de pontes de vistas

A Ponte Vecchio foi a única ponte da cidade que escapou aos bombardeamentos durante a II Guerra Mundial. Hitler, convidado de honra de Benito Mussolini, em Maio de 1938, teve a oportunidade de a admirar e de lançar olhares desde as três janelas centrais do corredor, uma panorâmica da qual se terá enamorado a tal ponto que apenas ordenou a destruição dos edifícios de um lado e do outro, impedindo o acesso à ponte, que permanceu intacta.

Mais ou menos três meses após a inauguração da Ponte Salazar, em Novembro de 1966, temeu-se o colapso da Ponte Vecchio. Bombeiros e empregados do Corridoio Vasariano correram a salvar os quadros e testemunhos da época revelaram que a ponte dançava ao sabor da forte corrente. Muitas das peças de ourives e relojoeiros foram levadas pelas águas galopantes do Arno. Mas a Ponte Vecchio resistiu para se perpetuar como um teatro de vida.

Tower Bridge
Londres, Reino Unido

Sinto dificuldade em pisar o chão envidraçado e evito mergulhar o olhar nas profundezas, no tabuleiro inferior por onde os carros passam sem pressas e alguns dos transeuntes com todo o tempo do mundo. Aqui, a uma altura de 40 metros acima do nível das águas do Tamisa, num cenário majestoso, são os turistas que circulam mas noutros tempos, pelo menos até 1910, altura em que foi encerrado o tabuleiro superior, era um local mais frequentado por prostitutas e ladrões. Reaberta em 1982 para acolher a Tower Bridge Exhibition, agora com entrada paga e permitindo o acesso a uma mostra que inclui fotografias, filmes e outro material interactivo que traçam a história ligada à construção da ponte, a passagem pedonal dispõe, desde finais de 2014, de um chão em vidro, cobrindo uma distância de 11 metros de painéis com 7,5 centímetros de espessura (cada um pesa mais de 500 quilos), o que representou um custo total de um milhão de libras (cerca de 1,2 milhões de euros).

Inaugurada em Junho de 1894, a Tower Bridge foi, durante alguns anos, alvo de fortes críticas de figuras ligadas à arquitectura e o concurso para a sua construção esteve também rodeado de forte polémica — Horace Jones, autor do projecto vencedor, também fazia parte do painel do júri mas, com a sua morte, pouco depois do início das obras, coube ao seu antigo assistente, George Daniel Stevenson, assumir a responsabilidade dos trabalhos que se prolongaram por oito anos e incluíram, entre outros materiais, 31 milhões de tijolos, dois milhões de rebites e 22 mil litros de tinta (o custo total ascendeu a quase 1,2 milhões de libras, equivalente, actualmente, a aproximadamente 120 milhões).

A abertura da nova ponte ficou a dever-se, em grande parte, ao aumento significativo da população da zona leste da cidade, privada de uma estrutura que lhe permitisse cruzar o Tamisa. Entre a Tower Bridge e a London Bridge estende-se uma área vulgarmente designada por Pool of London, o coração histórico do comércio londrino, pelo que a construção daquela última teria de privilegiar a passagem dos barcos que entravam e saíam da piscina. Ainda hoje, a despeito da diminuição do trâfego fluvial, as embarcações têm prioridade — e as básculas, numa primeira fase movidas a energia hidráulica, erguem-se até um ângulo máximo de 86 graus em cerca de um minuto. Em 1952, a ponte começou a levantar-se quando um autocarro de dois pisos ainda se encontrava em marcha — o motorista, Albert Gunton, teve de acelerar para aterrar na outra báscula, recebendo na altura 10 libras pelo seu acto de bravura. Já mais tarde, em 1997, Bill Clinton, na altura presidente dos Estados Unidos, viu a sua comitiva ser de repente travada na Tower Bridge para não atrasar a passagem de um barco. Tony Blair seguiu em frente, Bill Clinton chegou ligeiramente atrasado para o almoço. E de nada valeram as tentativas da Scotland Yard para fazer descer de novo as pontes basculantes.

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