Fugas - Viagens

  • Ponte 25 de Abril, Lisboa, Portugal
    Ponte 25 de Abril, Lisboa, Portugal Enric Vives-Rubio
  • Tower Bridge, Londres, Reino Unido
    Tower Bridge, Londres, Reino Unido Neil Hall/Reuters
  • Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil
    Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil Ueslei Marcelino/Reuters
  • Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil
    Ponte Juscelino Kubitschek, Brasília, Brasil Ueslei Marcelino/Reuters
  • Ponte Vecchio, Florença, Itália
    Ponte Vecchio, Florença, Itália Tony Gentile/Reuters
  • Ponte de Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos
    Ponte de Brooklyn, Nova Iorque, Estados Unidos Carlo Allegri/Reuters
  • Si-o-Seh, Isfahan, Irão
    Si-o-Seh, Isfahan, Irão Sousa Ribeiro
  • Harbour Bridge, Sydney, Austrália
    Harbour Bridge, Sydney, Austrália Daniel Munoz/Reuters
  • Seri Wawasan, Putrajaya, Malásia
    Seri Wawasan, Putrajaya, Malásia Bazuki Muhammad/Reuters
  • U Bein, Amarapura, Birmânia
    U Bein, Amarapura, Birmânia Jorge Silva/Reuters
  • U Bein, Amarapura, Birmânia
    U Bein, Amarapura, Birmânia Sstringer/Reuters

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O mundo está cheio de pontes de vistas

Seri Wawasan
Putrajaya, Malásia

Putrajaya está para a Malásia como Brasília está para o Brasil: a nova capital administrativa do país, criada, como quase todos os grandes projectos arquitectónicos, a partir do sonho de um visionário, Mahathir bin Mohamad, primeiro-ministro entre 1981 e 2003, é uma cidade pensada para que o homem viva em harmonia com o Criador e com o meio ambiente, mas, ao tempo tempo, uma cidade inteligente e moderna. Mais visitada por asiáticos do que por turistas europeus — não me recordo de ter visto um único —, tem na Seri Wawasan, cruzando as águas do lago Putrajaya, um dos seus postais de eleição. Os casais, consumado o matrimónio, não resistem a posar para o fotógrafo sobre esta ponte onde vale a pena voltar quando o dia declina, para assistir ao momento em que se ilumina, lançando diferentes tonalidades sobre o lago artificial.

Inaugurada em 2003, a Seri Wawasan, também designada como número 9, é uma ponte estaiada, de grande beleza estética, com um vão de 165 metros (o comprimento total é de 240) suportado por cabos de aço que descem desde o pilar (feito em aço e betão e com uma inclinação de 75 graus) que se ergue, a 96 metros de altura (numa das extremidades), contribuindo para que muitos olhos a associem a um navio à vela.

Da ponte futurista, a panorâmica abraça a mesquita Putra e as dezenas de barquinhos que rasgam suavemente as águas e é raro o minuto em que um carro não se detém — a atracção é irresistível, um telemóvel ou uma máquina fotográfica tentam captar os mais diferentes ângulos de uma ponte que enche de orgulho os malaios.    

Pamban
Índia

Não é uma ponte para todos e uma viagem de comboio ao longo dela não é recomendável para quem tem um coração fraco. É uma alucinação, inspira medo, respeito. Mas, para aventureiros, deve ser feita pelo menos uma vez na vida, com a certeza de que nunca a esquecerá.

Pamban.

Mais uma maravilha da engenharia, correndo sobre o mar ao longo de dois quilómetros, ligando Rameswaram, na ilha de Pamban, ao continente. A ponte, inaugurada em 1914, é a segunda mais comprida do país depois daquela que liga (2,3 quilómetros), desde 2010, Bandra a Worli, na costa ocidental de Bombaim, e apresentou, em 2013, a sua candidatura a Património Mundial da UNESCO.

Apoiada em 143 pilares de betão, a ponte, ladeada por uma outra, rodoviária, desde 1988, tem duas básculas no meio para permitir a passagem de navios e foi seriamente danificada (mas reparada num tempo recorde, em apenas 46 dias) em 1964, na sequência de um ciclone (ventos de 240 km/h), um risco permanente que se faz acompanhar de um outro: só um lugar no mundo, na Flórida, apresenta níveis de corrosão mais elevados, o que representa um constante e desgastante trabalho de manutenção.

Pamban.

Vale a pena. Uma vez na vida.

U Bein
Amarapura, Birmânia

Comigo, num envelope, levava umas fotografias que tirara, nove anos antes, a um barqueiro. Eram ainda em papel e, como as tirara, sentia-me obrigado, neste meu regresso, a devolvê-las. Ao fim do trilho, rodeado de casas humildes e de mosteiros e onde a vida decorre como sempre, avisto as embarcações coloridas e os meus olhos dirigem-se, como que atraídos por um íman, para o homem que me conduzira, sem pressas, pelo lago na altura menos impregnado de turistas.

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