Ponte Juscelino Kubitschek
Brasília, Brasil
Algumas nuvens negras perfilam-se no horizonte e o sol, prestes a lançar um último suspiro, derrama uma faixa dourada sobre as águas. A ponte Juscelino Kubitschek, considerado o pai do Brasil moderno e presidente do país entre 1956 e 1961, é agora ainda mais bela do que às primeiras horas da manhã. Com quase 40.000 m3 de betão, mais de 12 mil toneladas de aço na sua estrutura principal (a de auxílio necessitou de mais de 1300), a ponte, inaugurada a 15 de Dezembro de 2002, está situada onde em tempos corria o rio Gama, hoje transformado no lago Paranoá, cenário de praias artificiais, de bares, restaurantes e clubes que tanto seduzem os brasileiros aos fins-de-semana.
Uma das maiores atracções turísticas de Brasília, a capital tão estigmatizada pelo conceito de cidade sem alma, a ponte Juscelino Kubitschek, ligando o Setor Habitacional Sul (SHIS) ao centro do Plano Piloto (projecto urbanístico elaborado pelo arquitecto Lúcio Costa), é um exemplo de beleza e modernidade, mas também de perfeito enquadramento na concepção arquitectónica de Brasília, uma urbe que teve de inventar o seu modo de vida, como um grande jardim botânico: 70% da superfície está destinada aos espaços verdes, com mais de quatro milhões de árvores e 150 espécies.
Da autoria do arquitecto Alexandre Chan, a ponte também conhecida como JK e Terceira Ponte do Lago Sul (a ideia da sua construção nasceu da necessidade de descongestionar o tráfego nas outras duas já existentes) contempla três elegantes arcos que cruzam na diagonal e tem 1200 metros de comprimento e 24 de largura (três faixas de cada lado e duas laterais, destinadas aos ciclistas e à circulação pedonal).
Empregando mais de mil trabalhadores, foi erguida em menos de um ano, a despeito das dificuldades para encontrar um solo estável (apenas encontrado a grande profundidade), já que está situada numa falha geológica — mas poucos são aqueles que questionam esse grande desafio quando a noite cai sobre Brasília e as pontes da JK se iluminam, convidando a um passeio nocturno sempre de olhos postos no conjunto monumental.
Ponte de Brooklyn
Nova Iorque, Estados Unidos
No dia 17 de Maio de 1884, após uma primeira tentativa recusada pelas autoridades, Phineas Taylor Barnum, um empresário americano por essa altura proprietário de um circo, recebeu permissão para largar Jumbo, um elefante africano que pesava seis toneladas e fora adquirido, dois anos antes, à London Zoological Society, liderando outros 20 paquidermes, sete camelos e dez dromedários ao longo da majestosa Brooklyn Bridge. Inaugurada em Maio de 1883, numa cerimónia que atraiu 250 mil pessoas, rapidamente correu o rumor de que a ponte, cruzando as águas do rio East, não oferecia condições de segurança; para provar o contrário, os governantes aceitaram que Phineas Taylor Barnum, encantado com a promoção do que apelidava “Greatest Show on Earth”, organizasse um desfile tão bizarro que o The New York Times escreveu que mais parecia que se haviam aberto as portas da Arca de Noé em Long Island.