Um pouco mais à frente, fica a catedral de Valladolid – ou pelo menos o pedaço construído de um sonho megalómano. Concebida como último legado de Filipe II e obra-prima de Juan de Herrera, teria aspirações de ser maior do que a Basílica de São Pedro, no Vaticano. Ficou-se por menos de metade do projecto inicial, para sempre apelidada “La Inconclusa”. A falta de dinheiro e os problemas surgidos ao longo da construção terão ditado os sucessivos adiamentos da conclusão do templo renascentista. Na fachada, já projectada em estilo barroco por Churriguera no século XVII, uma das torres nunca chegou a ser reconstruida, depois da primeira ter ruído.
Dolores Sanz, guia na cidade, está relutante em entrar. “As pessoas nunca a acham muito bonita”, desculpa-se. É verdade que não tem os predicados de outras congéneres. O sonho parece ter desistido a meio do processo, envergonhou-se. Mas desde o ano passado que o verdadeiro tesouro da catedral está no céu. Em Março de 2015, foi inaugurado um elevador que sobe ao alto da torre solitária e agora há visitas guiadas ao novo miradouro de Valladolid.
Lá em cima, um Sagrado Coração de Jesus de oito metros apara-nos do vento, enquanto damos a volta às vistas. Daqui a pouco, visitaremos o campanário e as salas do relógio e da matraca, que antigamente soava para o oficio de las tinieblas, durante a Semana Santa. Mas por agora, é Valladolid que se põe aos nossos pés.
Entre telhados e igrejas, tentamos encontrar as casas-museus de outros dois habitantes ilustres da cidade. O navegador Cristóvão Colombo, que descobriu o continente americano em 1492 sob a governação dos Reis Católicos e que terá morrido em Valladolid. E o escritor Miguel Cervantes, que aqui viveu durante dois anos, no período em que a cidade foi capital do reino. A primeira parte de D. Quixote terá mesmo sido aqui escrita, contavam-nos momentos antes na casa-museu.
Lá ao fundo, o vermelho sangue dos prédios, com o quadriculado de janelas bordadas a branco, é inconfundível. É a Plaza Mayor, construída no século XVI, para onde seguimos agora. Vamos vagueando pelas ruas cosmopolitas, que ao final da tarde começam a encher-se de gente. Deixamo-nos perder pelas lojas, pelos bares e esplanadas do centro histórico. Podemos ficar mais tempo?
Onde ficar
Hospes Palacio de San Esteban
Hotel de cinco estrelas situado no antigo convento de San Esteban, junto ao centro histórico de Salamanca (cinco minutos a pé).
Arroyo de Santo Domingo, 3 – Salamanca
Tel.: +34 923 262 296
E-mail: palaciosanesteban@hospes.com
www.hospes.com/es/salamanca-palacio_esteban/default.html
NH Palacio del Duero
Hotel de quatro estrelas localizado ao lado da igreja de Santa María de la Horta e a dez minutos a pé do centro da cidade.
Plaza de la Horta, 1 – Zamora
Tel.: +34 980 508 262 | +34 913 984 661 (reservas)
E-mail: nhpalaciodelduero@nh-hotels.com
www.nh-hoteles.es/hotel/nh-zamora-palacio-del-duero
Hotel Gareus
Boutique hotel inaugurado em 2009.
Calle Colmenares nº2 – Valladolid
Tel.: +34 983 214 333
E-mail: gareus@hotelgareus.com
www.hotelgareus.com