Fugas - Viagens

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No maior mosteiro budista da Europa, o silêncio é um bem precioso

Uma das freiras pede a palavra com o toque de uma pequena taça tibetana. Vamos reunir-nos à volta da fogueira e dar início a um espectáculo de talentos. Quem quiser pode mostrar o que sabe fazer. Dezenas de raparigas começam a juntar-se quando, espontaneamente, uma delas começa a tocar cavaquinho e a cantar “Yo no soy marinero”. Tudo se descontrola. Quem sabe a letra lança-a a plenos plumões, muitas dançam como na discoteca. De repente, a única criança do grupo começa a correr à volta da fogueira. A mãe imita-a para lhe dar apoio. Uma rapariga segue-lhe o passo. Depois outra e outra. Em menos de nada, o pequeno comboio já se transformou em três rodas, de mãos dadas, a correr em volta das labaredas. Cantam, gritam, imitam os sons das tribos. O cenário, expectável em qualquer outro contexto, aqui é inesperado e surreal. Um contraste absoluto com o silêncio e tranquilidade vividos até agora. É como se, de repente, se libertasse toda a energia acumulada em três dias de sossego extremo. Uma pausa no cumprimento de todos os princípios da mindfulnessWe will rock you com coreografia. Stand by me embalada em braços no ar.

Até que é hora de restituir o sossego. A primeira tentativa com o sino falha. Há que vencer a música pela música. Uma das freiras começa a tocar uma flauta transversal, junta-se outra com um instrumento de percussão. A dança continua ao ritmo celta. A freira francesa, de rosto sardento, retomou a liderança do grupo. Todas as mulheres dão as mãos numa roda gigante para uma última música: cada secção diferente canta uma frase de uma religião diferente formando um coro que junta budismo, islão, judaísmo e cristianismo. Aos poucos, o grupo começa a sentar-se na relva, o som da flauta cada vez mais baixo, o coro já só se ouve num sopro. Até que o silêncio nobre se instala.

Amanhã é o “lazy day”, único dia em que não há qualquer actividade programada. O único plano é não ter planos. Não programar pôr a leitura em dia, visitar as aldeias vizinhas, fazer desporto ou meditar. “Hoje em dia, temos o dia-a-dia programado pelos horários do trabalho e depois programamos os fins-de-semana e as férias com todas estas actividades e ficamos frustrados quanto não conseguimos cumprir”, dizia o irmão Phap Dung (Inclusão) numa das dharma talks. Quando foi o último dia em que se permitiu não planear nada, não fazer nada?

 

Antestreia do filme Caminha Comigo
Uma tarde de paz em Lisboa

No âmbito do Dia Internacional da Paz, que se celebra a 21 de Setembro, o Jardim Fernando Pessa, em Lisboa, é hoje palco do evento “Uma tarde em atenção plena, A (r)evolução silenciosa”. O programa começa às 18h, com uma sessão de meditação sentada, seguida de uma caminhada meditativa. Intervêm depois Diogo Lopes, presidente da União Budista Portuguesa, e Look, antigo discípulo de Thich Nhat Hanh, actuamente a residir em Portugal, na sangha Flor de Amendoeira.

Às 19h15, Paulo Borges, presidente da Associação Círculo do Entre-Ser, dá uma palestra sobre o líder budista e a comunidade de Plum Village, antes de apresentar o seu novo livro, Meditação, a liberdade silenciosa. Da mindfulness ao despertar da consciência.

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