Fugas - Viagens

  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village
  • DR/Plum Village

Continuação: página 9 de 9

No maior mosteiro budista da Europa, o silêncio é um bem precioso

 

Irmã Hien Nghiem
“Parecia um culto”: de estudantes em Cambridge a casal monástico

Estávamos em 1998 quando a irmã Hien Nghiem (na foto: terceira à esquerda), então estudante de história em Cambridge, ouviu falar pela primeira vez de Plum Village. Os amigos tinham descoberto o mosteiro budista francês num website e decidiram vir no ano seguinte. Ela recusou-se. “A Internet tinha acabado de nascer. Como é que eles podiam estar a caminho de um sítio que encontraram na Internet?”, recorda-se de reagir, “desconfiada”.

Os amigos e o namorado, também estudante em Cambridge, foram e vieram, voltaram no ano seguinte. Ela ficou uma vez mais em Inglaterra. “Nas histórias que contavam pareciam [um bando de] zombies ou esquisitos. Depois diziam que queriam ser vegetarianos e eu só pensava: não posso acreditar, que sítio é este? Parece um culto!”, dá uma gargalhada. “Reagi mesmo mal.”

Mas Hien Nghiem sentia-se “traída” pela Universidade. Tentou História, depois Filosofia Política. “Pensava que ia aprender muito, mas só estava a receber muito conhecimento e informação, não senti que estivesse a ficar mais sábia.” Para que é que servia, então, a escola? Qual era o sentido de tudo aquilo? Da vida? Onde é que podia adquirir verdadeira sabedoria? Quando um dos amigos morreu num acidente de comboio, sentiu que não podia adiar mais a procura por algo que a satisfizesse, que respondesse às perguntas que a atormentavam desde a adolescência. Cedeu ao conselho dos amigos, do namorado, e veio fazer um retiro de três semanas em Plum Village.

“Chorei muito e tive realmente um bom tempo para sarar, tive alguns momentos de clarividência sobre a relação com os meus pais, também”, recorda. A partir daí, voltou todos os anos com o namorado. Na última vez, ficaram sete meses seguidos. Nada voltou a ser igual. “Ambos pedimos a demissão depois disso e deixámos Londres [ela era jornalista na BBC, ele músico e professor de matemática]. Ficámos algum tempo sem sabermos muito bem o que queríamos fazer a seguir.” Até que ambos decidiram regressar a Plum Village, mesmo que isso implicasse o fim da relação amorosa e sexual. Ela tornou-se freira, ele monge. “E isso foi há dez anos.”

--%>