Fugas - restaurantes e bares

Rui Gaudêncio

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Do incontornável D.O.M. de Alex Atala ao pastel de nata da Mathilde

Se quisermos continuar pelo universo dos melhores do mundo, o melhor será ir ao Maní, o restaurante do espanhol Daniel Redondo e da brasileira Heleza Rizzo — ela foi considerada este ano a Melhor Mulher Chef, pela mesma lista da revista Restaurant, e o restaurante tem um espaço muito bonito, recentemente renovado, e um ambiente descontraído. 

Numa passagem por Portugal, no ano passado, Helena Rizzo explicou à Fugas a filosofia do Maní: “A gente cada vez mais busca produtos locais, relações com os produtores. No Brasil, a cada dia chegam-nos produtos novos, que nunca tínhamos experimentado na vida, e às vezes a gente sente-se como uma criança cheia de produtos para brincar e sem saber bem em qual é que vai pegar primeiro”, contou. Com estes produtos, faz uma cozinha que descreve como “muito centrada na simplicidade, uma coisa despojada, tranquila, em que se trabalha a leveza e a pureza dos ingredientes”.

Existe um menu de degustação (só à noite) e a carta, onde há uma forte marca de confort food. Entre as entradas, há propostas como tutano com pupunha, açaí, espinafre e vinagrete de mostarda, escondidinho de carne seca com pimenta biquinho, moqueca de lagostim com terrine de mandioquinha ou (um dos pratos que Helena e Daniel apresentaram em Portugal, durante a sua passagem pelo Vila Joya, no Algarve), ovo “perfecto” cozido a 63 graus durante duas horas e meia, com espuma de pupunha. 

Para o prato principal, as sugestões incluem arroz de frango com quiabo, bochecha de boi com tutano e puré de taioba, fideuá de lagostim, peixe do dia a baixa temperatura no tucupi (um molho amazónico) com banana da terra e migalhas do Maní ou falsos tortéis de pupunha e abóbora com melão, amêndoas e manteiga de sálvia. 

As sobremesas reflectem também as influências amazónicas, como acontece com o açaí banana nanica, gelatina de guaraná, farofa de aveia, marshmallow de açúcar mascavo, raspadinha de morango e sorvete de açaí. Ou outra chamada “Da Lama ao Caos”, com uma curiosa combinação de sabores, que funciona muito bem: doce de beringela defumada com coalhada seca de queijo de cabra, sorvete de gergelim, gelatina de flor de laranjeira, com crocante de massa filo e pistáchios. 

Maní
Rua Joaquim Antunes 210
Pinheiros, São Paulo
Tel.: + 5511 30854148
Encerra ao domingo à noite e segunda-feira
Preço médio: 40/50 euros

 

Mocotó
Rodrigo Oliveira

É o mais recente sucesso de São Paulo. E, contra todas as expectativas, não fica na zona chique da cidade, mas sim na Vila Medeiros. Não vale a pena ir de táxi a partir do centro. O melhor é ir de metro (linha azul, última paragem) até ao bairro e lá apanhar um táxi para uma pequena corrida de menos de cinco minutos — e nem é preciso saber a morada, basta dizer “para o Mocotó” que todos os taxistas de Vila Medeiros sabem onde é.

Rodrigo Oliveira é um filho do bairro e todos falam dele com carinho. Até porque esta é uma história que começa com o pai, Seu Zé Almeida, que chegou a São Paulo jovem, vindo do sertão pernambucano, com duas camisas e um par de calças. Foi ele quem criou o primeiro bar da família na Vila Medeiros e aí nasce o famoso caldo de mocotó. Feito com mão de vaca (inclui as cartilagens), suculento e com uma gelatina que pega aos lábios, o caldo continua a ser um sucesso na casa.

Nome
Restaurantes de São Paulo
Local
Estrangeiro, Brasil, Sao Paulo
Telefone
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