Fugas - viagens

Continuação: página 4 de 8

Do Dubai até à Índia há mais do que um mar de distância

Agora, vamos entrar no mundo de lazer non-stop do Brilliance of the Seas. No Compass, o jornal diário de bordo, temos a agenda das actividades, que começam às 7h00 e terminam quando os passageiros quiserem - na discoteca Star Quest. Não há momento morto, mas há possibilidade de se perder o Norte de tudo o que acontece - com 12 dias a bordo, apostamos que se consegue ir a tudo. Nós não tentámos. Mas as actividades são tão variadas como torneios de voleibol e aulas de origami; seminários de acupunctura e ervas medicinais e torneios de bridge.

Começamos, após o almoço, no Centrum, no piso 4, com oito andares a mirar-nos em varandas - dir-se-ia a ágora do cruzeiro, com um bar, recepção e a vista para os elevadores transparentes que sobem e descem - , durante o dia pode estar ocasionalmente vazio, ao final já está composto e à noite pode transbordar (na 70's Party, por exemplo). Chegamos no fim do seminário Soluções para as dores nas costas e subimos logo até ao deck 11 onde a piscina é o centro do navio (local ideal para aferir a demografia: meia e terceira idade em larga maioria - também por causa da época do ano, explicam-nos), com jacuzzis, bares, espreguiçadeiras a perder de vista, como em todos os convés. E no que a piscinas diz respeito, temos ainda a do solário e a Adventure Beach, com escorregas de água e agora crianças em fila indiana seguindo a monitora. Ao lado está o campo de jogos, deserto, e acima alguns grupos jogam minigolfe - do lado oposto, os monitores de escalada esperam aventureiros (não vimos, mas hoje uma mulher de 84 anos subiu a parede). Já estamos cansados e ainda não entramos no ginásio; se tivéssemos entrado, teríamos depois o spa para relaxar.

Daqui a umas horas o Schooner Bar e o Colony Club estarão vestidos para a festa do comandante (uma das três noites de gala do cruzeiro). Por enquanto, no primeiro, tema náutico na decoração, joga-se o trivial quizz, no segundo, vasto espaço com apainelados de madeira e pista de dança ao centro, há uma aula de valsa. No minicentro comercial há curiosos nas lojas (nos últimos dias há "frenesim" consumista), e a discoteca é por estas horas o quiet space. E já falámos do Latte Tude? Do Champagne Bar? Do Scoreboard Bar? Do Sea View Bar? Do Hollywood Odissey? O cinema tem a plateia composta e o teatro de três andares está fechado para ensaio (esta noite há tango). O casino funciona non-stop e tem sempre alguém.

Dia 5

Navegamos em mar calmíssimo com humidade a níveis altíssimos. Assim como os raios UV - ontem houve aviso: o posto médico tem recebido um número anormal de casos de queimaduras. A pele vermelha anda à solta no barco - assim como os rumores. O diz-quediz-se confirma-se, há passageiros sem visto para a Índia. Christian e Denise Pedoussant, por exemplo, que vieram de Inglaterra para a visitar e afinal vão ficar à porta. Já fizeram vários cruzeiros e a agência de viagens não os informou da necessidade de visto - desilusão estampada nos rostos: "Quando viajamos num cruzeiro imaginamos tudo perfeito, tudo tratado".

--%>