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De Melgaço a Vila Nova de Foz Côa: A viagem é de quem a apanha

O Douro e as castanhas

Depois do Parque Nacional da Peneda-Gerês e do Parque Natural de Montesinho, o Parque Natural do Douro Internacional na mesma semana. Podemos ter muitas razões de queixa deste país, mas esta é, de facto, uma terra única. A poucos dia do final da aventura, esta paisagem não poderia ter vindo em melhor altura.

Pelo Douro, sempre ele, e sobretudo pelo horizonte. Um horizonte sem socalcos, mas com uma força serena capaz de emprestar uma dose extra de energia a estes três mosqueteiros do asfalto que ainda não estão fartos de estrada nem do Citroën C4 Cactus, mas a quem já pesa o volante. Recupero aqui parte de um post que coloquei no facebook depois de um longo dia de estrada, que os desabafos são sempre mais verdadeiros. “Mais de setenta dias e cerca de treze mil quilómetros depois do tiro de partida, nenhuma outra região (exceptuando, porventura, o Alentejo) poderia emprestar um horizonte tão retemperador.

Se há zona do país em que se sente a distância do ponto A para o ponto B é Trás-os-Montes. No meio apenas paisagem. Castanheiros. Às vezes tudo o que um homem quer é uma estrada sem fim à vista e poder apanhar umas castanhas em paz, como fazia há mais de vinte anos com o seu avô.” A castanha é de quem a apanha, era uma das expressões que mais utilizava. As castanhas e a viagem.

GUIA PRÁTICO

Onde dormir

Pousadas de Juventude de Melgaço
Ponte de Lima, Bragança e Foz Côa

As Pousadas da Juventude continuam a ser a nossa principal casa ao longo destes 80 dias, mas nunca tínhamos ficado tantas noites seguidas a dormir em camaratas. Ainda por cima em localidades diferentes. Não é uma queixa, bem pelo contrário, até porque nenhuma delas nos deixou ficar mal, sobretudo em termos de enquadramento e horizonte. Se a Pousada de Ponte de Lima fica ligeiramente afastada do centro histórico da bonita vila minhota, se bem que somente a dois ou três minutos de carro, todas as outras têm uma localização privilegiada.

O edifício de Bragança fica numa área tranquila, junto aos serviços municipais e à zona desportiva. Já as Pousadas de Melgaço e Vila Nova de Foz Côa fazem do enquadramento e da vista a sua força maior. A primeira fica a dois passos do rio Minho, a segunda, de peito aberto para o Vale do Côa. www.pousadasjuventude.pt

Onde comer

Carvalho
Casa aberta há mais de duas décadas e já uma espécie de instituição da cidade transmontana. Comida e ambiente típicos, à prova de modas.

Alameda de Tabolado, Largo das Caldas 4, Chaves
Tel.: 276 321 727

Miradouro do Castelo
Uma posta de carne da região, cabrito assado no forno a lenha, bacalhau com broa, enchidos e queijos, tudo com vista para os montes do Gerês. Também há um café ideal para aqueles que quiserem ficar pelos petiscos.

Lugar da Vila, Castro Laboreiro
Tel.: 251 465 469

Taberna O Batoque
Não, em Trás-os-Montes não se come só carne. Os cogumelos são um dos maiores tesouros da terra e especialidade da casa. Até francesinhas com cogumelos fazem.

Rua dos Batoques, 25
Bragança
Tel.: 273 325 284

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