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Danças com bois

“Acima de tudo, [a capeia arraiana] é um ritual de passagem de rapaz a homem; uma prova de virilidade”, sublinha Fernando Lopes, que salienta ainda o facto de essa necessidade fazer parte também das artes do cortejo às raparigas.


Um forcão, uma dança

A origem da capeia arraiana e, consequentemente, do forcão não reúne consenso. A única coisa sobre a qual parece haver certeza é o facto de ser “muito, muito antiga”. É que, se escrita a tradição aparece pela primeira vez em 1886, num conto de Abel Botelho (Uma Corrida de Toiros no Sabugal), todos dizem que já ouviram relatos da capeia aos avós, que por sua vez teriam escutado dos seus próprios avós.

“O mais provável é que o forcão tenha sido trazido pelos romanos, que o usariam para o domínio das feras”, considera Fernando Lopes. Esteves Carreirinha parece estar de acordo consigo: “Tendo em conta a força dos animais, teriam de os forcar contra uma parede para os dominar.”

Porém, a certa altura, “adquire um certo cariz militar medieval”, constata Lopes. O chamar os rapazes “Oh Forcão” era como que “chamar os jovens à guerra”. E todo o ritual continua a obedecer a trâmites militares: depois do encerro, a praça é pedida à mais alta individualidade presente, militar ou política. O pedido é feito pelos mordomos a cavalo e a exibirem as várias insígnias (espada, bandeira e ramos). E arranca a capeia.

Entra o forcão e, dependendo da aldeia, um considerável número de homens (solteiros, dizem-nos — mas todos, desde que da aldeia, acabam por alinhar, até os mais novos, para os quais estão reservadas as bezerras) para o agarrar. Trinta foi o número máximo que nos indicaram. Mas podem ser menos. De seguida, o boi (o primeiro, o boi da prova que entra na arena logo de manhã, serve para mostrar a valentia dos animais que ainda hão-de vir à tarde) que, defende Lopes, “é uma espécie de voluntário”: “É o touro que vai ao forcão e não o oposto.” Embora, quando o boi se mostra enfastiado, haja sempre quem o vá desafiar.

Só depois se dá início à dança, ao medir de forças e, acima de tudo, ao medir do medo. “Tem de haver coordenação e para isso o manuseamento do forcão — que deve ser um triângulo perfeito — deve obedecer a uma espécie de coreografia harmoniosa.” Basta que alguém erre um passo para que se corra o risco de ver o touro a passar por baixo do forcão, a saltar sobre o utensílio ou a escapar-se para os lados, investindo nos homens que o seguram. Nesses casos, o que acontece muitas vezes é que “alguém larga o forcão e salta para a cabeça do touro”, minimizando os danos, relata Carreirinha. E então já não é capeia.

Mas a maioria das vezes o que acontece é o animal sair em corrida contra as galhas, causando um impacto tal que, mesmo entre a assistência, sente-se todo o corpo a estremecer. E é então que, depois de sentir a adrenalina a percorrer cada músculo e a invadir o cérebro, se torna mais fácil compreender, mais do que a tradição, o vício.

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GUIA PRÁTICO

Datas das capeias

6 de Agosto: Lageosa da Raia
GPS: 40.3421115 / -6.8243812

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